"A Banalidade do Mal", que nunca morre



Lucien Lacombe (1974)

-----------

Louis Malle, o grande diretor,
lembrando o status
cotidiano e concreto do mal
como atitude e posição ética,
permissiva e individual, antes
de se perpetuar em terríveis coletividades

Coisa tão cara e tão bem delineada
por Hannah Arendt

Essa maldade toda, de eixo
político e econômico,
transposta para pequenos gestos
de exclusão ,perseguição, destruição
de todas as normas constitucionais
e reflexos de justiça social

Os próprios cidadãos, apequenados
e acéfalos, cumprindo bem
seus papéis de difusores
e servindo de sustentação
ao insustentável

Malle fala dos colaboracionistas
durante a ocupação da França, em 1940
mas qualquer semelhança  com a situação
política hoje vivida em nosso país
não é mera coincidência

A estarrecedora certeza de saber
que nossa maior doença
não é -- nem de longe --
o tal vírus