Pra um piolho de tela como eu, essas são horas que julgo bem aproveitadas nos últimos 3 anos. Algumas maratonadas na ansiedade e outras levando 6 meses pra finalizar. Não seguem ordem cronológica, umas são mais antigas e por acaso reassisti recentemente e outras, mesmo antigas, vi agora pela primeira vez. Como sempre, isso é mais ou menos a metade do que andei botando os olhos nessa imensidão de séries disponíveis em tantos streamings, primeiro por uma questão de gosto pessoal e depois, porque a outra metade foi pura e simples perda de tempo e nem vale a pena mencionar .
Pra quem gosta, boa sessão!
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1883 (Netflix, Paramount, Amazon: obra-prima de western), 1923 (, Idem, sequência de 1883, western, obra-prima), Cem anos de solidão (Netflix: Drama sobre livro Garcia Marquez: obra-prima), Halo (Netflix, bom. Um desafio fazer ficção científica sem entrar no "mais do mesmo". Além do desafio extra de ser extensão do game), O Leopardo (Netflix, ótimo drama histórico), Perdidos no Espaço (Netflix, muito bom, refilmagem de uma das séries mais populares dos anos 60 ficou à altura da original), Griselda (Netflix, razoável), Better Call Saul (Netflix, obra-prima, embora cronologicamente o enredo se passe antes, é uma derivada da campeã Breaking Bad, série que por várias razões (roteiro, direção, fotografia, elenco, a criatividade no desenvolvimento de personagens, a dinâmica de narrativa e pela longevidade) mudou até mesmo o padrão das séries de ação a partir dela.
O gabinete de curiosidades (Netflix, razoável), Irmãos de guerra e O pacífico (docs 2a guerra Netflix, obras-primas), Indomável (Amazon, excelente) The Sinner (Netflix, Excelente), Ripley (2024 Netflix, excelente),. The last kingdon (Netflix, muito bom), You (Netflix, bom), Magnatas do crime (muito fraca, Netflix), Agente noturno (Netflix, razoável), Bom dia verônica (Brasil, Netflix, excelente, Tainá Muller fantástica),
O Eternauta (Netflix, obra-prima, uma rotina na vida do Darin), Black mirror (Netflix , muito boa mas sequencia fraca nas últimas temp, sem conseguir se reinventar ), Yellowjackets (1a temp, Netflix boa, as outras fracas) ;Dept Q (Netflix, bom), White Lotus (1a e 3a temp, Amazon, excelentes, a 2a muito ruim), A lista terminal (amazon, muito bom no gênero action), Shogun (disney, obra-prima essa refilmagem. No remake erraram um pouco no ator que representa o branco ocidental(Cosmo Jarvis é péssimo, ainda mais se comparado à primeira versão com Richard Chamberlain no papel), mas todo o resto vale a pena com sobra. Atores e atrizes japoneses e coreanos dão um show e as cenas de ação e batalha são primorosas. Hyroiuki Sanada e Anna Sawai com atuações brilhantes numa série brilhante. Não via nada assim desde "O último Samurai",),
Severance (Ruptura- Apple, 2a temp uma narrativa mix entre a velha racionalidade da luta contra o sistema versus imbroglio surrealista que às vezes esvazia conteúdo em prol da estética.Atores impecáveis, contudo. Confusa, no geral, texto subliminar pretensioso para o formato, sem conseguir desfazer a imagem que passa em alguns momentos, principalmente 2a temporada, de que intencionalmente busca padrões disruptivos de butique (com perdão do trocadilho de "ruptura"), artificiais demais, simbolismos exageradamente herméticos ou multi referenciais demais de modo a apagar o tracejado ou qualquer idéia de continuidade da ação apenas para causar mal entendidos, engajamento midiático e polêmicas especulativas -- o que nem chega a ser uma novidade em termos de mercado, e nos lembra um pouco os espinhos de Nietzsche quando fala da História da Filosofia em geral -- Nietzsche sendo Nietzsche e espetando Hegel é claro -- e menciona que rasas poças d'água têm a arte de turvar suas águas para parecerem profundas. De todo modo, eu esperava que uma série cujo mote é"questionar o sistema" usasse uma linguagem narrativa e imagética mais universal e menos ambígua para não deixar dúvidas no espectador de que realmente questiona o sistema e não é apenas mais uma parte ilusória dele, como a alegoria da diversão mental onírica, um software criado para apaziguar os cérebros humanos em "Matrix" no útero artificial que lhes dava um sentido enquanto dormiam durante toda uma vida e sua energia corporal era inteiramente sugada para manter as máquinas ativas. Ok, já disse que gostei mais da 1a temporada, mas tá valendo. Deve vir mais de "Ruptura" por aí.
O silo (apple, ok tem a Rebecca Ferguson, né, e isso já é meio time e justifica uma série, além do Tim Robbins, mas se não melhorar em ação e fundamentos da narrativa -- correndo assim o risco de ser chata e excessivamente didática -- vai murchar antes do tempo, destino de boa parte das distopias longas), "Seus amigos e vizinhos" (apple, John Hamm, eterno"Madmen". A série mistura a comédia da vida contemporânea e ação, e faz isso muito bem), Last of us (Max, imaginar uma série possível como criação e livre desenvolvimento seria muito melhor que deixar-se prender pelo forte link emocional e comercial com o game que dá origem à série. Pedro Pascal & cia (mais uma vez ele). Dá pra imaginar dezenas de cenários e desdobramentos se não houvesse esse viés.Atores excepcionais, direção idem, mas arriscando afundar na próxima temporada por esse link limitante ),
Mandalorian, (Disney, excelente na linha Starwars), Dope Sick (Disney, com Michael Keaton, série necessária com seu realismo mostrando os estragos da indústria farmacêutica e a crise dos opióides Fentanil & cia em meados dos 90's nos EUA que, na verdade, deixaram sequelas até hoje. Penguin (Max, muito bom, química foda entre a fantástica Cristin Millioti e Colin Farrell , mandando muito bem), Succession (hbo, o capitalismo contemporâneo misturando os excessos proporcionados pelos bilhões de dólares com tédio demais na vida e suas esferas de poder oligárquicas. Ótima se não der nos nervos e vc tiver paz de espírito para chegar ao final sem se envolver demais com os personagens e quebrar a tv) Peaky Blinders (Netflix , excelente), Sopranos (Max, clássico, uma das poucas coisas sobre "filmes e séries de máfia" que ainda valem a pena. Como todos viram no tedioso e recente filme " O irlandês" , do De Niro, esse ramo de cinema já se extinguiu há tempos e o que vive atualmente é nostalgia barata sobre clássicos que tinham algo a dizer .
Euphoria (Max, excelente, meio que a transposição de "Kids" das ruas no início dos 90,'s em Nova York para uma turma de escola 2020, num contexto mais burguês. Tem que ter um pouco de paciência com a Zendaya, mas isso faz parte). Fleabag (Amazon, excelente). The Idol, péssima idéia hbo max. House of dragon (Max, boa, mas sem novidades. Sendo mais uma asa da excepcional franquia e superprodução "Game of thrones", difícil imaginar que algo daí surja com capacidade de superar o incomparável trajeto que foi feito antes no desenrolar da série). Senhor dos aneis, " os anéis de poder" (fraca demais, Amazon segue queimando o filme da sequência original, a ótima trilogia do Peter Jackson que faz muita justiça ao texto original de Tolkien. Sugestão, se pudesse dar aos produtores : parar com isso de uma vez por todas que o próprio Tolkien deve estar se remexendo no túmulo),
Cangaço novo (Brasil, Amazon, obra-prima, que mostra entre outros como o cine Brazuca em geral também tem facilidade de fazer filme e série de ação com nível internacional e baixo orçamento). Young sheldon (max, excelente, principalmente para quem como eu é fã da Big Bang Theory. Maria e o cangaço (Disney, obra- prima, Isis Valverde (como não assisto novelas, não a conhecia direito), surpreendente como Maria Bonita, e o ótimo tá-em-todas Julio Andrade como Lampião . (Lembrei depois que era ela também em "Ângela", filme bacana com ótimas atuações e que ninguém ouviu falar. A garota tá mandando bem).
"DNA do crime" (Netflix, série policial brasileira padrão norte americano estilo FBI, CSI etc. Atores bons (e Maeve Jinkings de novo pra apimentar), mas apesar das boas cenas externas peca muito na dinâmica. Diferente de "Bom dia Verônica";por exemplo, que faz esse intercurso rua-delegacia- vida privada dos personagens com muita facilidade,o DNA espelha um estilo mais engessado e dá uma quebrada de ritmo com frequência porque segue muito o padrão gringo e fica pesada para rodar tantos desdobramentos sem contar com os efeitos e a grana toda de que os primos ricos geralmente dispõem. A coisa se resume ã delegacia com o velho delegado mal humorado x carros correndo e tiroteio, sem desenvolvimento individual de personagem mais sólido. Não é demais lembrar que "tempo" de série é diferente do tempo de filme e série tem muito mais recursos e oportunidades para desenvolver personagem que um filme e precisa saber aproveitar isso. É como a diferença clássica entre romance e conto na literatura. Dom (muito boa 1a temporada Amazon. Gabriel Leone bem no papel. A segunda temporada foi um pouco mais-do -mesmo, mas trabalho de atores e direção sempre muito bons em uma série cujas cenas de ação estão num nível de dificuldade e realização acima da média do que se vê aqui no pais, desde que Cidade de Deus saiu mundo afora, Tropa de Elite consolidou o perfil e o belo "Dois Coelhos" atualizou o conceito mostrando como se faz ação bonita e bem acabada com efeitos nota 10 e produção impecável ."Bom dia Verônica" aprimorou isso ao introduzir mais carga dramática numa série de suspense e ação policial, o que é muito incomum pela eterna contradição entre movimento e conteúdo na tela.
Sem Limites (Amazon, série histórica massa sobre Fernão de Magalhães. Rodrigo Santoro como sempre mandando bem nessa parceira com Alvaro Morte ( Sérgio Marquina) o "Professor" da série"La casa de papel". ), La casa de papel (Netflix, obra-prima 1a temporada e perda de tempo nas outras não por inaptidão do elenco mas por esgotamento do tema. Registrando que o desenvolvimento de personagens da Casa De Papel 1a temporada é uma das coisas mais bonitas e bem elaboradas dos últimos tempos, e isso sem perder o motor de ação, muito bem dosado entre respiração e adrenalina)El cid (amazon, boa série histórica). Jack Ryan (amazon, gênero ação acima da média),
Daisy Jones & the six (amazon, beleza de série, quem tem ou teve banda de rock certamente viaja mais fundo nas interseções. Trilha bacana ,tudo ali muito bem feito e bonito, alguma coisa do ótimo "The Commitments" na estética , mas não perde por isso). The office (Amazon, no início não gostava muito da versão americana porque fui batizado na versão inglesa do impagável Ricky Gervais, mas é só pegar o ritmo que vc logo não consegue ficar mais sem as tiradas nonsense do ótimo Steve Carell). Normal People (amazon, excelente). 2 Broke Girls (amazon, nostalgia das antigas, inacreditável depois de tudo Hollywood desprezar o talento natural da Kat Dennings,),Twin Peaks ( MUBI. excelente, pela primeira vez consegui assistir inteira e degustar cada capítulo com a tradicional xícara de café. Como diria o agente especial Dale Cooper : "um café preto e quente como a meia-noite em uma noite sem lua" . Crônicas de Frankenstein (Netflix, amazon, Sean Bean sendo Sean Bean para o bem de todos nós que gostamos de séries e dando novos elementos à trama do Frankenstein.
. Todas as mulheres do mundo ( Globoplay, da obra essencial de Domingos de Oliveira ). Os outros (Globoplay, a musa Maeve Jinkins brilhando uma vez mais, um tema comum de condomínios de cidade grande etc, mas que desdobra em ótimas explorações. Surpresa ao menos para mim a bela atuação de Eduardo Sterblich, eu conhecia apenas seu trabalho como humorista. Personagem multicamadas, denso, complexo, que teria escalaçáo certa no cinema). Sob Pressão (obra prima globoplay, o sempre presente Júlio Andrade e a bela Marjorie Estiano, grandiosa na personagem, não tinha como isso dar errado. Direção exímia, para um tema pesado e difícil como é o bastidor de hospital público no país. A casa das 7 mulheres, Os maias, A presença de Anitta, (revendo todos na nostalgia Globoplay. Enquanto uma parte estúpida da população ainda vai às ruas rezar pra pneu, tentar golpe em Brasília e pedir fechamento da Globo, eu quero mais é que a empresa cresça e se aprimore eticamente no seu jornalismo, editoriais & cia e também se multipliquem os núcleos dramáticos que produziram essas belezas.
Desalma,(globoplay, "suspense de outro mundo" razoável, ainda não assisti tudo disponível nos catálogos , mas não vi coisa boa por aqui nesse gênero onde os gringos fazem escola. Nossos filmes têm melhor resultado que as séries nesse campo.Sessão de terapia (globoplay, obra-prima com Selton Mello puxando o barco e ótimas participações de atores convidados), Psi (Max, assim como sessão de terapia, aborda de forma ficcional o universo da psicanálise & cia).
Na próxima falo de filmes...