Delicioso texto de Patti Smith, e um aprendizado contínuo para todo escritor, esse de se sentar num Café em N York ou qualquer outro lugar do Planeta e deixar tudo passar pelos seus olhos, memórias e gostos, enquanto toma um café e escreve ou reúne impressões para o texto futuro. A sintonia fina de não perder qualquer movimento mas ao mesmo tempo ter aquela calma elegante e um texto que cativa pela inteligência, pela fluência e infinitos links entre todo tipo de assunto enriquecido por toda vivência, falar da comida ou bebida servidos ali mesmo no balcão, do movimento cultural ou da contra-cultura nas últimas décadas, falar de como está o tempo de inverno na metrópole, a vida-formiga de quase todos ao redor, a análise curiosa (às vezes bem-humorada, às vezes não) de todo tipo de cliente que entra e sai do Café, até as últimas tendências políticas e econômicas de um mundo constantemente em guerra, isso tudo sem deixar de ter olhos para os pequenos movimentos do cotidiano . Patti Smith sendo Patti Smith. Em grande estilo.