Entrevista

Marcos Silva Oliveira*

O escritor Franco com todo o aparato da fotografia em Parati com a objetiva focada nos casarões antigos e na paisagem, no bucólico das ruas, com toda aquela gente a transitar interessada na literatura, o pessoal do programa de Tevê “Entrelinhas” a entrevistá-lo...

Enquanto fotografava as perguntas eram feitas... O motivo de estar ali, seu trabalho, o fato de ser reconhecido como escritor por todos os presentes – dizia tudo.

Recordo três dias depois o programa da Tevê “Entrelinhas” apresentando as respostas objetivas do Escritor Franco e suas fotos em cortes da cidade de Parati, colorindo o calor de sua conversa descompromissada da entrevistadora.

Achei belo este recurso cênico. Escritor interessado em fotografia, desde então, pareceu-me elegante.

Escrever foi dito por Franco ser entretenimento e arte ou uma viagem sem compromissos, livre de propósitos, mesmo o papel alegórico da arte, colorindo nossos dias fúteis e sem alegria – entretenimento e lazer.

Sorrio bastante do tamanho de sua resposta. A Tevê estava ligada, enquanto ele falava: mostrava suas fotos das ruas da cidade, dos prédios coloniais, de alguma palmeira, de um rabisco ao alto de alguma casa, recurso bastante artístico.

Franco por vezes era monossilábico, esboçava sorriso forçado. Mas seu recurso para mim, era bastante elegante. E o programa televisionado, assumiu ares de inteligência. O que foi suficiente para a escrita e seu mundo permanecer para mim lúdico. Reconheço ainda hoje recursos cênicos. Este protagonista escritor demonstrou bastante suficiência tal como o literato de hoje, cidadão do mundo, cosmopolita, moderno e ciente do palco onde na peça “Um Bonde chamado Desejo” de Tenessee Williams - se faz dia a dia, cenicamente presente.

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Marcos Silva Oliveira é Filósofo e Escritor

homepage: http://www.marcossilvaoliveira.blogspot.com/