Quero copa!

Quero Copa!! Claro que sim,... gente na rua, de verde e amarelo, comemorando a vida, comemorando ser brasileiro, não importa sob qual governo. Já passamos por coisas muito piores e não perdemos a fé na vida e a capacidade de lidar com a dor. Como dizia o poeta : "É melhor ser alegre que ser triste" . Não importa também se o time vai ganhar ou perder, o que importa é que jogue com raça e dignidade, de cabeça erguida, e que vença o melhor. 

Hospitais? Escolas? Infra-estrutura e logística? Sempre serão demandas justas e merecidas, e sempre estivemos entre os piores do mundo nesse quesito. No entanto, não vejo qualquer relação entre uma coisa e outra. A cobrança por melhorias econômicas e sociais deve persistir sempre, em qualquer contexto, e é uma luta que nunca acaba. Desvios ou corrupção que envolvam as obras para a copa ou olimpíadas podem e devem ser auditadas, fiscalizadas a qualquer tempo, e creio que haverá a ocasião oportuna para isso logo em breve, mas o que isso tem a ver com parar e quebrar o país no meio da festa? Eu, sinceramente, não entendo. Esse pensamento inconsequente e terrorista parece coisa de encomenda, uma bomba-relógio plantada por interesses escusos sobre nossas cabeças. Não devemos aceitar esse jogo que apenas prejudica a nação, prejudica a todos nós.

Tá, não vou ao estádio no dia dos jogos, não comprei ingresso que está realmente caro, etc,!! Que se dane! Assistirei aos jogos de casa mesmo, e vou torcer do mesmo jeito!! Ninguém pode me roubar esse direito...Que valham as regras, que valha a lealdade e o jogo justo, coisa que o esporte ensina para todo mundo ver. Para os pessimistas e agourentos de plantão, lembro apenas que o esporte é algo que subsiste por si só, independente da política, independente das maldições e das tragédias que sempre habitaram a história da humanidade desde o princípio. 

Coisa boa sair num domingo de manhã de véspera da copa do mundo e ver na pracinha bebês, crianças, pais, mães, avós, todos trocando figurinhas e tentando completar seus álbuns tradicionais, como eu mesmo fiz quando guri, e como ensinei e ajudei meu filho a completar vários durante suas três felizes copas. Que esses álbuns mágicos de figurinhas, que são metáforas daquilo que é mais precioso e raro nesta vida, sejam o exemplo da paz, hospitalidade e da esportividade que certamente irá contagiar nosso espírito de brasileiro durante o mês que se avizinha, e que todo o mau agouro seja varrido para o lixo, juntamente com a meia dúzia de inconsequentes que espreitam o momento para quebrar e incendiar tudo que existe à sua frente.

Não é momento para quebradeiras, não é momento incendiário. Vivemos um processo normal e natural de prévias eleitorais, como muitos outros antes, e nada será diferente nesse aspecto. Quer protestar, leve sua faixa, leve seu grito, mas não quebre, não use máscaras. Quem usa máscaras nos protestos e tem tanto medo de mostrar o rosto é porque não tem a necessária honestidade intelectual e existencial de sustentar suas próprias verdades. Quem usa máscaras e pedaços de pau e bombas incendiárias, colocando em risco indistintamente crianças, velhos, mulheres , turistas inocentes e milhares de cidadãos de bem, trabalhadores, estudantes e pais de família , é porque desistiu de vez do jogo das forças democráticas e tenta implantar à força sua própria ditadura. Não devemos alimentar esses infelizes. Quer mudança, vote bem, proteste em paz, porque o que não falta é maneira de dizer o que pensa respeitando o espaço do outro e a ordem institucional que é a única coisa que ainda mantém o país de pé....

Não fosse por tudo isso, ainda diria às aves de mau agouro que se acham espertas demais, mas jogam neste momento contra o próprio país ao incentivar a violência pura e desmedida, é que, independentemente de FIFA, de NIKE, de ADIDAS, de COCA-COLA, ETC, o esporte é algo educativo e formador,por definição. Forma caráter, forma solidariedade, capacidade de liderança, de interagir positivamente com o meio ao redor. Não é demais lembrar que os pais do esporte no ocidente, os Gregos, sim, eles mesmos, paravam até suas guerras durante mais de um mês nos jogos olímpicos, em reverência aos deuses e à mágica que existe na disputa leal e no gosto pela competição, como algo capaz de elevar o espírito humano à sua maior provação nesta Terra: a capacidade de se superar diante de um adversário poderoso. Não é isso, por acaso, o que todos os brasileiros procuram neste exato momento???

Que venha a Copa!!