Laços de sangue

Ramos, galhos
Caules rebentos
Fotos para o álbum
Bem guardado
A mesa posta na festa
A velinha que sobre o bolo
Se apaga antes de qualquer sopro
Irmãos que soam estranhos
Mesmo habitando o mesmo sangue
Avós tios primos, toda essa gente
De que nem lembramos o nome
Dinastias lineares
Hereditárias correntes
De longe muito longe
Histórias amargas não narradas
A inimizade velada que se traslada
Segredos que não servem de alento
Rangendo quase calmos sob os dentes
A alegria das grandes famílias, quase sempre
É a partilha viva dos tormentos