Receita de vida: exagero em tudo

Cansei de tentar ser Zen. Seja na vida, seja na comida.
Querendo encontrar meu elo perdido interior
Que certamente não era essa criatura encolhida
Desesperançada e comedida da última quarentena
Retomando o desatino como regra e a desorientação para o caos
Que me governa. Vou me exercitar tornando-me novamente
Por fora o gordo faminto  que sempre fui por dentro
E vou começar mandando pro inferno o primeiro que me falar
De batata-doce com peito de frango novamente
Quero voltar ao café com ovos, bacon e muuuiiita manteiga
Spaghetti dia sim dia não pra estourar logo todas as minhas taxas
(que na verdade, nunca foram grande coisa mesmo)
e arrematar tudo com vinho se eu aguentasse beber de verdade
Suco de laranja, geléia, torradas e mais torradas
Almoço com cheiro de churrasco mal passado
(Carne, muita carne, carne vermelha mal passada e álcool)
Com direito a muita sobremesa , de preferência
Açúcar e gordura em doses cavalares
Mousse de maracujá ou torta de limão
Chocolate em quantidade pra dar overdose
Na tarde refrescada de ar condicionado da praça
E antes do sol se pôr, pães quentes feitos com amor
Ou bolinho de fubá com pingado pra animar
E aquele cafezinho pra esquentar o peito doído
Com uma banda larga de queijo derretido

A vida está e´nas pequenas coisas