Sino de vento


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Brincando de provocar
os elementos em segredo
é que passei a acordar cedo
pra ver nascer o dia

Embrenhei-me na floresta
até que o silêncio fosse verde
e cessasse a agonia

Cacei os finais de tarde
na praia
de olho no crepúsculo

Relaxei os músculos
Respirei fundo
com os olhos bem fechados
para ouvir melhor a vida
e enxergar apenas o que importa

Pendurei na janela
aquele sino de tubinhos em móbile
pra captar em diferentes melodias
o que o vento vinha me dizer

Não me disse nada
que eu mesmo não tivesse inventado
Mas me serviram, o sino
e suas frases coloridas,
pra que eu me
lembrasse do vento
de ouvido
toda vez que ele toca

Não há um sopro sequer
que seja igual ao outro
E isso soa como canto
que tanto apavora
quanto encanta

(Seres de alternâncias
e raras certezas)

Embriaguei-me de pássaros, no fim
De folhas e areias molhadas
contra todo o pessimismo
entranhado até os ossos

O viver se  impõe
                   é nos pressupostos