Filosofia: retornando à casa

Alternâncias. Momentos de expansão --  folhas e galhos em busca de luz --, momentos de pivotantes raízes em busca de um alimento terra quando a experiência do visto e estabelecido da época não é o bastante para distender o realRetomando a leitura desse pensador mais que essencial, pela contundente profundidade e amplitude do seu legado.Não há tema, espaço ou noção não abordada ou revisitada por Adorno  dentro do nosso viver contemporâneo. Para um livro cujo processo de escrita se iniciou antes do término da segunda grande guerra, é assustador ver o germe de alguns desdobramentos que não escaparam à vista ás vezes excessivamente dura de uma mente  analítica,  mas que por puro paradoxo não se resigna a um ser-Socrático.Da Economia à tecnologia de ponta, os cotidianos, a arte ,o sexo, a cultura de massas, a literatura e a música,  em particular,  sobre a qual detinha não apenas um conhecimento teórico, mas uma sólida formação clássica.A forma privilegiada do "aforismo", usada neste livro, coisa tão cara dentro da história do pensamento,  dos Pré-Socráticos a Nietzsche, passando por Montaigne . Forma que traz em si um outro ritmo e pegada de leitura, mais próxima de uma literatura ensaística e reflexiva, por romper com a natural sistematização do pensamento filosófico--uma tendência desde as origens -- A beleza e curiosidade -- à parte-- na escolha aleatória (ou não) de temas e títulos, que faz desta reunião de pensamentos uma das mais bonitas e fortes do autor,  bem assim da história da filosofia.




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Beleza de artigo de Ricardo Musse, da USP


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