Inteligência a serviço da sensibilidade

 



(resenha "Manga Verde", Prof Leonardo Mendes)


Os ecos do texto, que voltam à origem
e nos tomam em diferentes momentos
do tempo

Ensinando-nos muito mais
do que pretensamente nós e nossos rabiscos
a um possível leitor

Quem sabe a melhor versão do "conhece-te" a ti mesmo
Socrático

Que, por ironia, vem pela mão do outro

Talvez o maior movimento e pulsão
para que um escritor se ponha a escrevinhar

Menos a publicação da obra em si
Mais o diálogo, o testemunho de vida
de alguma forma mágica que ela permite
 Partilha que se colhe no vento

Durante a navegação mundo afora
do livro de contos "Manga Verde"
entre críticas formais e humanizantes
abordagens

Em especial meia dúzia de momentos
com diferentes falas que me retornaram
me tocaram também por suas distintas
formas de olhar
de sentir, de perceber

A curiosidade e um certo prazer
de observar a variância toda
bela e colorida de transmissão
da própria experiência
por um motivo estético
Uma experiência que é em si
mesma troca e alteridade

Uma, de uma senhora de 80 anos
mais ligada às coisas do lar
Outra, de uma estudante do ensino médio
Duas outras, falas de colegas escritores
Outralá de um seleto amigo de décadas
E esta, que conheci recentemente,
de um acadêmico

E desde já se põe 
como das mais ricas
e generosas 

Feliz ainda,  por estar acompanhado
de tanta gente de mesma lida
que admiro 

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Gratidão
Aos lutadores incansáveis
dessa cultura que renasce
a cada massacre

Gratidão
pela possibilidade
dos novos e infinitos olhos
que sempre se plantam
e multiplicam