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A função do trágico nos contos de fadas

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Literatura infantil e videogames “violentos”. A violência fundadora contra a disneylandização da infância. (Trad. direto do alemão:  Tatiana Belinky , com ilustrações primorosas de Janusz Grambianski. Ed. Paulus, 2016) “Os contos infantis, com suas luzes puras e suaves, fazem nascer e crescer em nós os primeiros pensamentos, os primeiros impulsos do coração. São também contos do lar, porque neles a gente pode apreciar a poesia simples e enriquecer-se  com sua verdade. E também porque eles duram no lar como herança que se transmite”. (Jakob e Wilhelm Grimm, 1812) 1)“Então a rainha chamou o caçador e lhe disse: _Leva a menina para o meio da floresta, não quero tê-la diante dos meus olhos. Tu deverás mata-la de trazer-me seu pulmão e seu fígado como provas. (...) Ao libertar a menina no meio da floresta, por conta própria, o caçador sentiu como se lhe tirassem um peso do coração, porque não precisou matar a menina. E como naquele momento passasse por ali um pequeno

Pink Floyd: The Wall. Existencialismo, psicodelia, critica social e ousadia estética: A História de uma obra-prima.

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Quando se fala de arte, independentemente do terreno de sua expressão, seja no mundo figurativo da escultura, da pintura, ou não figurativo da dança, da escrita ou música, é muito fácil se enrolar ao tentar definir conceitualmente aquilo que é bom ou ruim, o que é certo, errado ou onde estão, ou mesmo se devem existir os tais limites para a criação. Perde-se muito ao tentar racionalizar um discurso que pertence a outro gênero de conhecimento e experiência humanas, porque geralmente essa fala explicativa opera um reducionismo ao usar uma linguagem estranha para "dizer" e tornar palatável aquilo que foi criado dentro de um outro modo de experimentar o mundo. Na falta de critérios absolutos para definição, uma vez que a arte não se curva à mera análise cartesiana da racionalidade, ao mundo hermético dos conceitos que compõem a Filosofia ou mesmo ao quadro de funcionalidades e relações típicas do pensamento científico, o que acaba acontecendo é a imposição de verdades com

O fio da navalha

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Literatura e vida: Ser e linguagem. Relação entre gênero, forma e conteúdo. O Ensaio como síntese possível entre Poesia e Prosa Ser e linguagem, forma, conteúdo e gênero literário. Escrever sobre tudo, alcançar a totalidade. Tarefa pretensiosa e impossível para o pensamento. Não há como apreender o 'todo", se isso mesmo, o todo, é algo que se apresenta a mim, não aos meus sentidos exatamente, mas principalmente a uma certa propensão intelectual como uma categoria da imaginação. Não há essa totalidade, isso é certo. Nem na natureza, nem na tal "vida exterior", aleatória e desgovernada. A arrumação, o sentido, o filtro que aglomera ou separa é artifício humano, e é por isso que a tarefa já fracassa antes mesmo de começar. Dito isso, como alinhavar nessas redes neurais, afetivas, palavrísticas e de sons os infinitos significados das coisas e das inter-relações entre coisas sem arriscar-se a naufragar nesse pântano conceitual? Ora, o poema, meu caro. Já poderia Orf