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Os dias

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Os dias - Poemas     

O Aleph - 10 anos

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Comemoração extemporânea, na verdade, porque desde abril de 2010, lá se vão 11 anos já, da criação deste Blog. Mas em abril 2020, quando a bomba Covid já fazia tantos estragos, não senti qualquer motivo pra comemorar qualquer coisa. Na verdade, quase parei com a escrita de vez. Muitas felicidades lancei aqui, muitas dores e catarses também. Belezas, terremotos e momentos de silêncio espacial necessário para recuperar o fôlego depois de uma grande alegria ou tristeza. Não houver nenhuma outra função para os textos, ao menos a mim me consolam tê-los escrito. Penso que a escrita, no fim das contas, pareia com a vida, com a respiração, com os fluxos em geral, tanto humanos quanto da natureza, em suas manifestações. Você pode metabolizá-los, metaforizá-los, mas não se deve tentar contê-los O fato é que, nesse período de mais de 10 anos de escrita compulsiva, o Blog foi meu grande "arranjador", um imenso facilitador para organizar, editar, manter o foco, em vez de simplesmente perd

Polanski

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O cinema, sendo a grande arte contemporânea. Pelo fascínio que exerce, a sinestesia tomando vários sentidos ao mesmo tempo e ensaiando as possibilidades estéticas em diversos campos.  É a paixão incondicional pela fotografia, o registro mágico da pintura e do movimento. É o eixo do roteiro, portanto narrativa e história. Diálogos e aberturas que evocam a identificação ou olhar crítico do público por tornar suas vidas algo digno de ser encenado. É música que enseja a maior intensidade nos andamentos, as pausa s de silêncio e fôlego e os exageros da adrenalina na emoção do pulso rápido É teatro pela dramaticidade, o corpo em ação, a grande pegada dos diálogos, e de como se torna possível ir tateando a condição humana através da fala e do gesto E é poesia, no fim, quando mistura tudo isso num texto aberto para propiciar a criação de novos mundos no espírito do espectador ---- Trabalho belíssimo de Polanski -- ele que segue fazendo o que Woody Allen não conseguiu de uns anos para cá, propo

Galeano

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  Três décadas atrás, Galeano  já dava o toque. Não é um caos generalizado mas uma aparência caótica  para processar um sistema  objetivo e real (Eduardo Galeano - "O livro dos abraços")

Os cabelos do sol

Quando o dia amanhece comum  e nada se ouve muito bem  Ouvidos tomados  pelo barulho ao redor  E deixamos de lado o jornal por um instante  na esperança de que o mundo pudesse ser melhor  se nossos próprios olhos melhor pudessem vê-lo  Quando o cinza ameaça as manhãs  e a consciência vã dissolve-se  em face das enormes tarefas  Uma criança vem  com sorriso de olhos à luz  e acende o sol com seus cabelos

Flamboyant

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Te ofereço um Flamboyant

Urbanidades

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Cinema

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Her

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  Cinema e vida: dos filmes  que você assiste e te marcam  pra sempre Spike Jonze, numa inspirada direção, um dos roteiros e diálogos mais inteligentes que vi num filme. Fotografia perfeita Um puta elenco e a presença de Scarlett,  nem que seja em voz

Box Camus

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  Depois de quebrar a cara com as  "Obras completas de Balzac", pelo  selo de segunda linha "Editora Azul"  da Globo (nunca vi edição mais porqueira),  tava na dúvida sobre o box  Camus, da  Record mas resolvi embarcar assim mesmo. Grata surpresa, o trabalho da Record é  primoroso, ed capa dura, papel de primeira,  contendo os três romances publicados  pelo autor em vida, além do belíssimo  ensaio "O mito de Sísifo", um dos textos  mais bonitos já escritos e que mostra  com toda força a importância do gênero  ensaio como melhor fórmula de se mesclar  elementos de filosofia e arte numa mesma  fala. Assim como Sartre, Camus é autor essencial em nossos conturbados dias, quando a busca de uma noção maior de sentido volta a se tornar relevante, jogando por terra a superficial impressão de domínio lógico de um mundo-máquina

Mallarmé

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  Quando, na sua formação de leitor  você implica com determinado poeta, por questões tão idiotas. Fazendo justiça a esse grande autor que apenas por pirraça deixei de considerar  antes, durante tanto tempo Aficionado por Baudelaire ,  (até hoje) achava Mallarmé uma cópia  mal feita, mesmo diante da fama Um agitador superficial  diante da força contundente das  imagens do seu  mestre.  Baudelaire é quase um místico, dessas criaturas meio sinistras, meio deuses em seu surgimento  no mundo, alguém com que  dificilmente outra poética pode  ser comparada . Um criador de mundos Acontece que Mallarmé, ao quebrar  um pouco essa seriedade de Baudelaire  dá uma outra plasticidade à palavra  que antes não havia . Daí, em certo  sentido, abandona o mestre para  correr a vida com os próprios olhos E vem, com sua mente inquieta  falando sobre tudo que é tema  sem privilegiar cânones ou escolas Trazendo principalmente   inovações de forma, que vão influenciar fortemente o que vem depois Na torção, n

Dois sóis

Dois sóis  sob as pálpebras E o universo nasce nas cores de um abraço

Inspiração

Que as pessoas que contam nessa vida despedaçada sigam sendo o que são Contra tudo e todos Alento         alimento                    inspiração E saibam sempre o quanto importam o quanto fazem diferença Na presença não alardeada no gesto simples na constância férrea e poética de suas lidas nem sempre reconhecidas quando nosso tempo [ e nossos espaços ]           são medíocres Pelo seu talento que transcende e um quê que elas têm a mais para oferecer, intensamente: a comoção de ser e patrocinar gente Que elas saibam que são notadas respeitadas e suas atitudes tantas vezes seguidas Que saibam, por fim , mesmo sem anúncios de jornal espalhafatosos outdoors ou por mais uma explosão de mídia O quanto são queridas  E o quanto suas vidas  Instilam vida Em outras vidas  

Como se fosse acusação

Defendi melhorias na qualidade de vida  e menos exploração para os  trabalhadores, a taxação de grandes fortunas e uma melhor distribuição de renda e me acusaram de ser comunista  Defendi a liberdade de pensamento,  a tolerância religiosa,  o respeito à liberdade de crença e à diversidade,  enalteci a potência humana para enxergar a vida  em plenitude, sem se escravizar por dogmas   algumas vezes doentios e a moralização do mundo. Me acusaram de ser ateu  Saí tantas vezes em defesa dos amigxs, principalmente depois que virou a maré braba dos tempos, e-- mesmo sem que eles precisassem defesa no seu modo legítimo de ver e sentir a vida -- me tornei mais uma voz incessante contra todo tipo de opressão e de cassação dos amores e afetos e todas as variações possíveis com que eles vêm ao mundo.  Elevei a voz não poucas vezes contra os desequilíbrios de gênero que ainda penalizam a mulher e contra os guetos, a segregação insidiosa que reside entre nós, desde criança na escola observando a pre

Cacaso

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  "Toda coisa que vive é um relâmpago"  ------ Dentre outros no movimento Leminski foi o mais Pop  ACC a mais trágica Chacal o mais doidão Cacaso é o meu preferido dessa geração  que marcou pra sempre a poesia no país Todos eles grandiosos em retratar o ínfimo, o dia-a-dia, as pequenas grandes coisas   Objetos, situações, pessoas que tantas vezes passariam batidos não  esbarrassem com esse olhar rico do poeta

Poetas

Leio história e não sou historiador Estudo filosofia e nunca fui filósofo Amo biologia e jamais serei cientista                      Sou  só o nada que se põe a falar Em um mundo repleto de dores a escassa beleza que (r)existe                   é algo que muito me afeta Daí não me coube outro destino  e eu não escolhi                       Foi a vida que me fez poeta Falo de beleza  mesmo quando o amargo  toma à frente o pulso e as conjuras   (transbordando o indivíduo) abraçam o coletivo E as palavras assim tornam-se nada além  da minha pura amargura                                                                           Ou quem sabe levado pelo sonho de minuto otimista , o veio alegre eventual em hiperbólicos delírios flutuantes Um mundo melhor e mais justo   como nunca visto antes Ainda que pelas mãos desacreditadas dos homens Para o poeta cuja sensibilidade é instrumento e que outras esferas vê Denunciar as condições   de impedimento do que vem a ser nasce muito antes de aprender

Deleuze

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O Abecedário  (vídeo raro do filósofo) 13 De Junho, 2018 •  O Abecedário De Gilles Deleuze (Transcrição + Vídeo Completo   DVD: O ABECEDÁRIO DE GILLES DELEUZE. Editions Montparnasse. ------------ Em 4 de novembro de 1995 faleceu Gilles Deleuze, um dos filósofos mais importantes do nosso tempo! Sempre se recusou a participar de programas de televisão, mas era uma estrela que deslumbrava a todos que assistiam seus cursos – ainda nos encanta imensamente ler, ouvir e assistir Deleuze! O Youtube/Facebook e outras redes sociais tem produzido diversos bloqueios (devido aos direitos autorais da produtora) para quem busca compartilhar essa obra fílmica, intitulada O Abecedário de Gilles Deleuze. Porém ela sobrevive e resiste em seu formato completo em nossas lutas para compartilha-lo através das redes. O Abecedário está dividido em 3 partes. A primeira parte (A a F) e as outras duas partes estão anexadas no Vimeo (no modo privado), basta acessar o link para acessar a parte 2 (G a L) e 3 (M a Z)

A Ilha

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         Vitória é linda, esta cidade. E muito mais bonita agora do que há vinte anos, quando a abandonei pela última vez. O cheiro de mar que respinga em toda a orla. A vista da  capital pelo grande arco da Terceira Ponte. Os navios gigantes à direita nem tão distantes esperando para entrar no porto. O mar refulgindo no azul verdão todos os espelhos do sol da tarde. De cima do morro, a vista de “lá para cá”, aquela famosa mirada de Vila Velha para Vitória, do alto do Convento da Penha, primeira vez que vi a capital, ainda menino . É como se, na intenção de nos enxergarmos de verdade, precisássemos de vez em quando sair um pouco de nós? É. Cidade é assim, coisa meio orgânica, como corpo. Um olhar de lá que nos ressitua, ao dizer o que nós ainda não vimos.  Olhos que vão viajando soltos, leves e longos pegando desde a entrada à esquerda da baía, chegando à ilha numa bela tarde de sol pela ponte de ferro Florentino Avidos e    deslizando a visão suavemente à direita pela estreita beira-m

Terra molhada

Poluição, seca, calor dos infernos Mas ela vem assim mesmo, e entorna Vai lavando, diligente            e irrigando, generosa o que encontra pelo caminho Mágoas, melancolias, escadarias Dificulta por uns tempos  o triste hobby dos incendiários  Destila o bruto vivido no concreto  Dissolve convenções e vivifica o rumo dos dias. Chuva lá- fora repõe os ponteiros do agora  Embaça os vidros dos carros  lembrando ao incrédulo dia  que em todo cantinho ainda há poesia Desperta a terra para sua potência como se a latência se guardasse no núcleo Na cadência surda de um mundo escuro  bem no limbo do planeta e as primeiras águas desvelam o ser que sempre esteve ali, contido Terra quente que sabe segredos  Absorve chuvas e oferece nuvens Sem medo rebrota, repovoa, nutre e com a fúria calma das águas renasce Sossega a ventania que vai dentro  Melhora o respiro das coisas e dos bichos Os bambus não recolhem a felicidade Os passarim endoida Aparece bicho novo de tudo que é lado A terra seca, só no g