Ver
Suspender o juízo sobre o mundo. Suportar o intenso barulho, o calor e o movimento incessante das coisas que pareciam inertes há um segundo. Sufocar por um instante todas as verdades pré-concebidas. Abraçar com o olhar todas as coisas que nos escapavam mas agora saltam e brilham e se compõem em novas formas novas cores e situações para um olhar que reaprendeu a ver. Surpreender finalmente a oficina das coisas na ação em que o ser finalmente se desvela não passivamente não escravo da mente mas um ser-em-ação que, ao passo em que nos permite conhecer o mundo permite-nos ainda viver um especial estado de encantamento por reconhecermo-nos bem ali no meio do nosso próprio mundo essa criatura indeterminada que é o homem