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O bom, o razoável, o medonho (Freud, 1a temporada Netflix)

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Ok, usando do rigor conceitual  cabivel a essas alturas: Uma bosta! Já tinha nada ou muito.pouco a ver com o nome Frustrando largamente  uma sobra possível  ao se imaginar um thriller qualquer  de livre adaptação  Com alguma inteligência e originalidade Nada! A coisa começa como novela das seis da Globo  as falas, os figurinos os contextos  Os galãs As mocinhas Depois, sem aviso  vira Dexter  versão séc XIX com momentos Walking Dead Para finalizar como Jack  O Estripador depois de ter  caminhado quase o tempo inteiro  como o filme que inaugurou  a franquia "O Exorcista' E pior: porque aqui o capeta ainda fala alemão  (Pobre Freud)

"A Banalidade do Mal", que nunca morre

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Lucien Lacombe (1974) ----------- Louis Malle, o grande diretor, lembrando o status cotidiano e concreto do mal como atitude e posição ética, permissiva e individual, antes de se perpetuar em terríveis coletividades Coisa tão cara e tão bem delineada por Hannah Arendt Essa maldade toda, de eixo político e econômico, transposta para pequenos gestos de exclusão ,perseguição, destruição de todas as normas constitucionais e reflexos de justiça social Os próprios cidadãos, apequenados e acéfalos, cumprindo bem seus papéis de difusores e servindo de sustentação ao insustentável Malle fala dos colaboracionistas durante a ocupação da França, em 1940 mas qualquer semelhança  com a situação política hoje vivida em nosso país não é mera coincidência A estarrecedora certeza de saber que nossa maior doença não é -- nem de longe -- o tal vírus

A inconstante vida dos Filmes e das séries biográficas: erros e acertos

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Ok, logo de cara esse aqui eu acho que todo mundo já sabia (menos eu, que não andei acompanhando o marketing, mas esperava outra coisa pra dizer a verdade), que a série não é nem se propõe a ser biográfica. Tem um traço daqui e de lá, pra não dizer que o protagonista é só um homônimo, mas as semelhanças são bem superficiais com o famoso original, tática usada muito mais para dar corpo ao personagem do que retratar um pensador histórico. É simplesmente uma adaptação inteiramente livre sobre um Freud ficcional lidando, como uma espécie de Sherlock médico, na solução de crimes na Áustria/Hungria/Alemanha do início do século passado. Boa como série thriller, ainda não assisti tudo, mas de cara dá pra ver que tem qualidades como Ella Rumpf no papel de Salomé (que infelizmente também não tem nada a ver com aquela Salomé, que todos conhecem). Seja como for, vale a pipoca. Depois da última tentativa de ver Freud no cinema, (bem ruinzinha, por sinal, no filme "A Tabacaria - 2018" que

Cinema no bunker - conhecendo novos e revendo antigos

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A última partida

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Bengt Ekerot e Max Von Sydow (1929-2020) ("O Sétimo Selo", 1956. Ingmar Bergman) ---- Max tudo o mais é cenário que apenas aos olhos do público apetece (No fim, a morte sempre perde) Vai-se a vida A arte permanece

Sessão Polanski: a genialidade do maior cineasta vivo, numa ode ao cinema

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Inteligência, talento e coragem: o humor que é resistência

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"Minha mãe é uma peça 3" Paulo Gustavo, lembrando uma vez mais que o humor não é um gênero menor e que a vida não deve ceder, principalmente num país fascista.

Terror e suspense, em Ari Aster

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Hereditário (2018) e Midsommar (2019), ambos sob a direção do talentoso novato Ari Aster, embrenham-se pelo bilionário e irregular terreno dos "thrillers" do cinema americano,  destino de no mínimo 5 entre cada dez produções que vêm à tona por aquelas terras, para saciar uma demanda infinita. Do luxo ao lixo, esse talvez seja o gênero de maior variação na qualidade final da arte. Do ponto de vista da máquina do cinema, embora estejam dentro do mesmo gênero , albergam diferenças essenciais. Primeiro, na estrutura "fria", de estatísticas, enquanto "Hereditário" conta com duas grandes estrelas nos papéis principais e dispõe de um orçamento muito maior, "Midsommar", por sua vez, lembra alguns filmes acadêmicos por sua simplicidade de filmagem desprovida de estrelas e a opção das locações abertas em vez dos contidos (e controláveis ) ambientes interiores. Muito incensado desde sua gravação e detentor de alguns prêmios, Hereditári

Entre o tédio como fórmula e o velho pé-no-saco dos tribunais

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Dois dos filmes mais comentados neste fim de ano, duas enormes perdas de tempo. "Marriage Story", cansativo . A velha paixão americana por 'filmes de tribunal", matando qualquer possibilidade (tão alegada na época do lançamento, e com remissões diretas dentro do filme) remota do filme ser uma espécie de lembrança do incomparável "Cenas de um casamento", do Ingmar Bergman. Diferente  do filme sueco, no entanto,  que consegue  mesclar genialmente a questão existencial das relações com a linguagem do cotidiano,  o filme americano é arrastado e bastante superficial em sua proposta, quando carrega  em seu excesso de cenas de tribunal, diálogos forçados em quantidade , lotes de falas e situações improváveis, inverossímeis em qualquer relacionamento ,além de umas inserções de humor paralelas que não colam diante da tensão constante ao fundo. Válido talvez como crítica à burocracia do sistema para lidar com assuntos afetivos,  e só. Todo esse esforço desastrad

O silêncio no cinema

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Tema difícil para o cinema. Embora tão comum à música, à pintura, à literatura, em alguns casos definindo o eixo da criação de um artista pela forma do seu manuseio ou pela instilação de seus preciosos efeitos sobre o tempo e o volume da obra, o silêncio quando é celebrado contra a constante barulheira incontrolável do mundo, pode ser extremamente fértil em seus resultados. Que o diga Tarkovski, que teve domínio absoluto sobre o tema, em suas esculturas de movimento. Mads Mikkelsen, esse excepcional  ator (ainda pouco conhecido do grande público), interagindo com a natureza selvagem do polo norte, em "Ártico". Longe de qualquer  reafirmação do antigo mito de Tarzan, o homem branco vencedor como indivíduo contra o mundo hostil, ou uma idéia equivocada e inoportuna da repaginação de um MacGyver em novo shape, é antes um filme de sobrevivência contra si mesmo, sendo a natureza exterior um segundo personagem. Um homem qualquer, sobrevivendo a um acidente aéreo, perdido n