Motivo, forma, conteúdo (grunhidos pretensiosos sobre a subjetividade em "Os Passos em volta", de Herberto Helder)
Senão uma das maiores justificativas do fazer artístico, sem dúvida a mais bonita é a certeza do olhar que é unico, insubstituível e confere a cada história particular o direito de ser contada Mesmo quando as experiências em tantos aspectos parecem iguais em espécie Sendo tão diferentes na forma de serem vividas O saber que cada voz tem seu tom O tema, recorrente pra mim, me cai novamente nas mãos depois de uma desafiadora leitura onde o autor, um dos maiores, teima em falar de coisas banais em sua rotina de alguns anos rodando por aqui e ali sem rumo Os lugares e situações, impossível ser mais lugar-comum de qualquer viajante em qualquer lugar Os objetos, as rotinas previsíveis mesmo diante da continua mudança de ares, de pessoas, de país, de hotel ou dos quartos de pensão Mas a forma como ele falou disso tudo Intencional, premeditada, convidando à irritação do jogo e da construção não-obvia de outros espaços e olhares Isso jamais sairá da minha men