A CIDADE
por Marcos Oliveira *
Liquefeito o poema
Da agonia do labor
Dia a dia sangramos.
Somos suspeitos
E onde buscamos
Pé de verso: abrigo.
Na torre central
Do prédio desenhado
Controle remoto.
O Aviso da sirene.
Cidadãos com senha,
Computadores monitoram.
Nossa mensagem
Não chega aos ouvidos
De toda a urbanidade.
Lamentamos profundamente.
A garota de botas percebe.
Retratados na tevê.
O design arrojado
O vertical incomoda
A calçada de multidão.
Súbito a tarde chega
Crepúsculo vermelho
A nuvem cinza.
Todos decidem.
Signos e talhe.
Multidão e homem só.
Marcos Oliveira é Filósofo e Escritor. Blog:
http://www.marcossilvaoliveira.blogspot.com/