Sangue de vinho
Vindo ao mundo. à vida
Tinto de faunos e ninfas
Testemunha de tempos distantes
Esta seiva mágica, inebriante
Mágico licor, mágicos sentidos
Despertados agora
Do estado adormecido
Este perfume sem igual
precioso, especiarias
o amassado da uva e o fermento
Esta taça que brilha
Nessa vermelha escuridão
Musas, deusas e Dioniso à frente
Comandando a procissão
Efeitos mágicos desse
Mágico licor
A sorte de ser humano
Desde remotas eras
Guerras, festas, banquetes, casamentos
Ritos fúnebres, nascimentos
A paz, quando acontece
Amigos celebrando a vida
Solidão acompanhada
De uma única taça
Num cantinho escuro do bar
Naquela tarde cinza
De inverno
Alma e companhia, esta taça
Perdidos amores
Histórias milenares pra contar
A sorte de ser humano
E provar por um instante
Do gostinho da eternidade