serial killer
Todo dia é preciso matar
a maior parte do que vive em nós
afinal tudo que ainda vive
vive porque depende
vive porque está sobre
vive porque outra vida o alimenta
de alguma forma
não necessariamente umbilical
É preciso matar todo dia um pouco
daquilo que se é
daquilo que tornou possível
a existência do hoje
sobre nós
sob pena
de não existir amanhã
Ou, caso ele exista,
não valer a pena
Henry Miller quebrava as pontes
por onde passava
para não ter remorsos
e, caso os tivesse
(o que é bastante provável)
não pudesse mais voltar atrás
por uma fraqueza da vontade
Um amigo me disse
que era capaz de matar
digo, em resposta
que capazes somos todos
e que matar é necessário
Matar é a pré-condição da vida
somos o serial killer da alma
a maior parte do que vive em nós
afinal tudo que ainda vive
vive porque depende
vive porque está sobre
vive porque outra vida o alimenta
de alguma forma
não necessariamente umbilical
É preciso matar todo dia um pouco
daquilo que se é
daquilo que tornou possível
a existência do hoje
sobre nós
sob pena
de não existir amanhã
Ou, caso ele exista,
não valer a pena
Henry Miller quebrava as pontes
por onde passava
para não ter remorsos
e, caso os tivesse
(o que é bastante provável)
não pudesse mais voltar atrás
por uma fraqueza da vontade
Um amigo me disse
que era capaz de matar
digo, em resposta
que capazes somos todos
e que matar é necessário
Matar é a pré-condição da vida
somos o serial killer da alma