Terra adentro
(Para Rosa)
Lâmpadas esmeraldas e águas verdes da alma
por botes e rugas de cristais e pedras
_ Moço! Jamais se apreça o que entra pelos olhos
nestas vidas nestas gemas
em paredes de terra...
Águas do chão
do deserto, sertão
formas em levante contínuo, escarpados:
solidão.
Bandeiras e coroas
o domínio da selva
ou como diria um grande amigo
"O relegado do espaço".
Geografias de gigantes
abandono que se quer nação.
Gerenciar quereres e ainda
continuar amado
desejo apenas de não ser esquecido?
Sigo, não importa.
Seguir sempre
como animal de sela
que sempre torna ao destino de partida
Destino? O que seria, pois...
Navegar sem bussola,
sem remo, sem tripulação
essa nau dependendo demais da sorte.
chuvas que não atrovoam
bons presságios não trazem.
Terra adentro rasgada,
a natureza por testemunha
e viva comida
lembranças de quando não se era nada.
Saudades até, pueris mas importantes
estas fazendo parte daquilo que viria a ser depois,
em essência
e tudo podendo mudar mais uma vez,
quando este verso vira uma esquina do mundo.
Ladino do que deixei passar
mas deixei porque não sabia:
nunca me inteligenciem na virada de uma só direção
pois vento que é vento e daqueles que levam o sentido
tem que passar pelos lados lambido
acima abaixo, tocando, desmudando
colorindo e preenchendo de razão
pois senão vento não é.
E o sentido?
este fica pra depois
quando a soma de todas as realizações
tiver se mostrado concreta, tangível
racional o suficiente
para se autonegar até a última raiz dos cabelos
e como todo mote racionalista
abandonando os instintos
abandonando os afetos
até a medula visceral de uma vontade de viver
negada e substituída por algo mais confortável e adequado
Como queria Freud, despertado por Nietzsche:
a civilização sobrevive
assassinando os instintos
(sublimar é coisa para poucos)
O tempo segue ditando as regras
passatempo contemporâneo, esse
de matar as horas, ou pior,
ocupá-las a qualquer pretexto para não ter que pensar
para não ter que sentir
_mas, meu amigo, abdicar de si mesmo é tarefa coletiva e ingrata!!...
destilada individualmente no amargor da última hora
e mercadoria pela qual nunca se recebe o bastante...
Merecia um soco quem assim me falasse
_e eu o daria, _
não fosse eu mesmo o principal candidato ao efeito da ação.
_Tergiversação da própria alma!!!..., eis aqui teu veredicto:
este o crime para quem negociasse ao mesmo tempo
pelos favores dos anjos e do diabo, sem acreditar em ambos
só por insegurança e por descrédito, afinal,
das criaturas supra-terrestres aguardando pacientemente na
barca a laureada travessia.
_Levai as moedas para a troca, pois caudaloso é o Estige
e muito longa a viagem
Uma de ouro para Caronte , na ida
e outra da sua melhor prata
para ser disputada entre Gárgulas e Harpias, na volta
se não queres que teu próprio corpo vire moeda.
Ou como queria Sileno
dentre os Gregos o mais trágico
dentre os gregos o mais asiático:
certo e sem medo é saber
que o maior pesadelo ainda é melhor
do que despertar sem nunca ter sonhado.
Lâmpadas esmeraldas e águas verdes da alma
por botes e rugas de cristais e pedras
_ Moço! Jamais se apreça o que entra pelos olhos
nestas vidas nestas gemas
em paredes de terra...
Águas do chão
do deserto, sertão
formas em levante contínuo, escarpados:
solidão.
Bandeiras e coroas
o domínio da selva
ou como diria um grande amigo
"O relegado do espaço".
Geografias de gigantes
abandono que se quer nação.
Gerenciar quereres e ainda
continuar amado
desejo apenas de não ser esquecido?
Sigo, não importa.
Seguir sempre
como animal de sela
que sempre torna ao destino de partida
Destino? O que seria, pois...
Navegar sem bussola,
sem remo, sem tripulação
essa nau dependendo demais da sorte.
chuvas que não atrovoam
bons presságios não trazem.
Terra adentro rasgada,
a natureza por testemunha
e viva comida
lembranças de quando não se era nada.
Saudades até, pueris mas importantes
estas fazendo parte daquilo que viria a ser depois,
em essência
e tudo podendo mudar mais uma vez,
quando este verso vira uma esquina do mundo.
Ladino do que deixei passar
mas deixei porque não sabia:
nunca me inteligenciem na virada de uma só direção
pois vento que é vento e daqueles que levam o sentido
tem que passar pelos lados lambido
acima abaixo, tocando, desmudando
colorindo e preenchendo de razão
pois senão vento não é.
E o sentido?
este fica pra depois
quando a soma de todas as realizações
tiver se mostrado concreta, tangível
racional o suficiente
para se autonegar até a última raiz dos cabelos
e como todo mote racionalista
abandonando os instintos
abandonando os afetos
até a medula visceral de uma vontade de viver
negada e substituída por algo mais confortável e adequado
Como queria Freud, despertado por Nietzsche:
a civilização sobrevive
assassinando os instintos
(sublimar é coisa para poucos)
O tempo segue ditando as regras
passatempo contemporâneo, esse
de matar as horas, ou pior,
ocupá-las a qualquer pretexto para não ter que pensar
para não ter que sentir
_mas, meu amigo, abdicar de si mesmo é tarefa coletiva e ingrata!!...
destilada individualmente no amargor da última hora
e mercadoria pela qual nunca se recebe o bastante...
Merecia um soco quem assim me falasse
_e eu o daria, _
não fosse eu mesmo o principal candidato ao efeito da ação.
_Tergiversação da própria alma!!!..., eis aqui teu veredicto:
este o crime para quem negociasse ao mesmo tempo
pelos favores dos anjos e do diabo, sem acreditar em ambos
só por insegurança e por descrédito, afinal,
das criaturas supra-terrestres aguardando pacientemente na
barca a laureada travessia.
_Levai as moedas para a troca, pois caudaloso é o Estige
e muito longa a viagem
Uma de ouro para Caronte , na ida
e outra da sua melhor prata
para ser disputada entre Gárgulas e Harpias, na volta
se não queres que teu próprio corpo vire moeda.
Ou como queria Sileno
dentre os Gregos o mais trágico
dentre os gregos o mais asiático:
certo e sem medo é saber
que o maior pesadelo ainda é melhor
do que despertar sem nunca ter sonhado.