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Mostrando postagens de agosto, 2011

Goethe

Seguindo as estradas possíveis do livre pensador, o eterno dilema de Fausto acerca da valoração coletiva dos objetos que constituem a essência de qualquer ordem social; as figuras emblemáticas do bem estático e do mal dinâmico... o conflito interior entre o Mephisto que há em cada ser humano e a sua luz própria... conflito que há de ser resolvido em prol de uma vida maior. A estagnação benevolente ou as trágicas mudanças? Não se estanca uma narrativa por lembrarmos que na história desta  triste raça, guerras trouxeram mais benefícios que a chamada "paz". Isso para não falar da arte, que pressupõe quase sempre um estômago forte,  além de uma alma inquieta e guerreira. Haveria dúvidas realmente em sua concepção, sobre a razão de ser, as justificativas para a ação humana, e qualquer tipo de  preocupação com essas pequenas formigas que trafegam mecanicamente em seu contínuo ir e vir?? O poderoso e perigoso ímpeto alemão do espírito absoluto do tempo subjugando os destinos individ

Velas

Brumas de outono céu sobre navegantes terras e praias distantes espumas e água salgada rebentando na proa dessa fragata Se lhe disserem que amor é vento minta diga que amor é vela que impulsiona qualquer barco ao infinito assim como se apaga à menor brisa Ilhas perdidas ilhas me aguardem enquanto o barco se aprovisiona viver é apostar contra a brisa enfunar as velas e seguir sempre com o vento

LÓGICA DO SENTIDO

Por Marcos Oliveira Lewis Carrol é o explorador da superfície. O pensamento da aventura de Alice no País das Maravilhas. Alice é um sujeito sem determinação, uma mônada simples, alguém que promove a aventura do outro lado do espelho para se constituir feito sujeito, processo de determinação. O mundo de Alice é fantástico e obtuso, pleno não de fantasia, mas irrealidade, mundo sem sentido e significação: o espaço do não-sentido... Antonin Artaud criticou Lewis Carrol em seu poema dos peixes ao qual pretendia traduzir e que não o fez, devido a superficialidade e afetação de um efeminado, o menino que não pretendia enfrentar a condição de pai. Antonin Artaud desceu às profundidades, promoveu uma escrita da carne, do corpo, da crueldade, não dos órgãos, mas da violência e devoração, dos regurgitamentos e dos gritos... A escrita de Carrol segundo Artaud é de alguém que devia ter boa alimentação, plena de jogos lógicos, de non-sense, de humor superficial, assim feito uma menininha se desc

Verbo Mar

Por Antônio Rocha Neto Gosto de andar, mais que de correr, de ouvir, mais que de falar, de cantar, mais, muito mais que de dançar, gosto de ler, de escrever, de declamar, ... gosto de amar, gosto de mar e de rio, e rio de pensar que mar parece um verbo, como verbo é rio, exprimindo a ação de correr e desaguar no verbo mar! Toda porção de água me lembra verbo, ação, até mesmo o lânguido lago, manso, parado, com o mundo a espelhar. Eu lago, tu lagas, ele laga, ela, lagoa, nós (ela e eu) lagoamos, vós lagoais, eles lá, lagoam. Tem gente que fica oceano de um lado para o outro, sem direção, e não açude nem que sim nem que não ... mas que riacho de gente sem ribeirão! Eu não, eu sempre córrego, dia sim, dia não. É só chegar na minha beira que você vê. E se eu poço, talvez você também poça ... Mas vamos parar com tanta água, que água mata a sede, mas também pode afogar, e aí vem muito choro, que é também água a rolar! Eu gosto de verbos, gosto das águas, gosto de mar. Ah mar, ah mar,

O Poeta Especula

Por Marcos Silva Oliveira                                                                                                                                            Ser poeta para transgredir Poema que fosse choque Acordasse as pessoas -; As fizesse enérgicas.                                                                                                                                                              Poema que coubesse O amor à vida Luta de empreendedores O explodir das sensações. Poema que construísse Novo mundo. Coubesse esta esperança A transformação a definir. Que o poeta em aventura Amasse de outra forma Os bichos e o homem; A natureza e a mulher. Que a poesia rebelde Indicasse o caminho Vertente para nova tentativa Da jornada humana.