Verbo Mar
Por Antônio Rocha Neto
Gosto de andar, mais que de correr, de ouvir, mais que de falar, de cantar, mais, muito mais que de dançar, gosto de ler, de escrever, de declamar, ... gosto de amar, gosto de mar e de rio, e rio de pensar que mar parece um verbo, como verbo é rio, exprimindo a ação de correr e desaguar no verbo mar!
Toda porção de água me lembra verbo, ação, até mesmo o lânguido lago, manso, parado, com o mundo a espelhar. Eu lago, tu lagas, ele laga, ela, lagoa, nós (ela e eu) lagoamos, vós lagoais, eles lá, lagoam.
Tem gente que fica oceano de um lado para o outro, sem direção, e não açude nem que sim nem que não ... mas que riacho de gente sem ribeirão! Eu não, eu sempre córrego, dia sim, dia não. É só chegar na minha beira que você vê. E se eu poço, talvez você também poça ...
Mas vamos parar com tanta água, que água mata a sede, mas também pode afogar, e aí vem muito choro, que é também água a rolar! Eu gosto de verbos, gosto das águas, gosto de mar. Ah mar, ah mar, amar, amar, amar!