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Mostrando postagens de novembro, 2011

Estranhamento

Sou um estrangeiro em meu próprio mundo o tempo, que importa o tempo? que passe, que deslize sua suave guilhotina sobre pescoços, pessoas e coisas ao redor Que o tempo transforme os segundos nessas agulhas de prata que rasgam atravessadas quando entram  pelas frestas entre nossas costelas salpicando seus ácidos suspiros sobre a face cansada e marcando a golpes de cinzel suas curvas e pontos enquanto derretem sua escrita insincera rosto abaixo Deixem o tempo brincar de ser isso pouco me importa se tudo fosse imóvel e nada fosse objeto das transformações, ainda assim eu não me reconheceria nas coisas que me rodeiam não refletiria meu rosto nesses falsos espelhos estagnados pois se algo é capaz de subsistir sem ser um mero reflexo (pálido) de si mesmo ainda que por um segundo, em narrativas de contos de fadas esse algo seria inominado e habitaria uma profunda caverna inexistente, somente o sonho de uma possibilidade que por paradoxo não teria nome e por não ter nome