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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

A queda

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Há alguns arquétipos que são sempre revisitados pelo tal  inconsciente coletivo, e a queda, como um ritual de passagem, é uma das mais importantes referências. A idéia da perda abrupta de uma pretensa continuidade, a ruptura inusitada, aleatória, que pode se transformar no momento trágico de sepultamento de qualquer ente sobre o qual ela se abate. Ou, como ocorre em muitos casos, representar talvez a força exterior invasora e conflituosa que, ao contrário, o impele a buscar no fundo suas melhores energias, mergulhando num processo obscuro e sofrido de autoconhecimento revelador. Essa atividade de prospecção poderá ainda trazer a lume aquilo que seria definido como sua essência-em-vida, um modo indeterminado mas escolhido de existir, transformando-o em 'outros' paulatinamente, ao conferir-lhe uma alteridade absorvida das diversas experiências a que se propõe, e das quais até então ele próprio não se julgava capaz. Restará uma "unidade", ao final, no bojo de tais e

Os mortos sem geladeira

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a música agora é outra, repleta de dissonâncias porque na impávida  vitrine que albergava todas as ostentações em imaculados painéis de neon o tijolo cru da realidade partiu a cara da unanimidade em mil estilhaços ensinando a quem não sabia ler o novo alfabeto o peito aberto, em sangue e ossos legado à humanidade emoldurando uma outra imagem (pessoas acorrentadas e de joelhos) em novos e fragmentados espelhos e é  nas grandes cidades quando cessa todo som estanca-se as molas do sistema e suas engrenagens que finalmente se ouve o que ninguém mais ouvia uma antiga melodia tocada em nova balada na noite calada, a bala direcionada encomendada, pensada e bem calibrada desintegrando as periferias desmemoriando suas primas perdidas que sempre guiaram nossos dias a indústria da morte impedida de completar seu ciclo mata-ensacola-refrigera-recicla mata-ensacola-refrigera-recicla mata-ensacola-refrigera-recicla o matadouro  incansável e úmido anônimos ensaco
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Atrovoam presságios da guerra. Generais e bombas a postos. Pedaços de gente voando pelos ares. Crianças, velhos, mulheres... Ataca-se o homem, mata-se sua família, Infertilizam suas terras para que não mais produza A humanidade é o que resta sob os escombros. E mesmo assim, contra tudo Sempre haverá esperança Porque o homem é um animal que sonha Havendo por cálculo ou acidente a exacerbação incontida de todos os instintos primais De morte, de vida, de gozo sobre as ruínas E sabendo que ser homem significa, simultaneamente, ser portador de uma tragédia e uma boa-nova Haverá sempre aqueles que saberão rir de si mesmos e, superando o que há de ingênuo e perigoso na simples  natureza animal, persistirão na crença necessária de que o homem deve ser algo além E que mesmo que não se possa defini-lo ou sequer tocá-lo com palavras, a potencialização dos seus verdadeiros dons sempre será uma missão a nortear as nossas melhores expectativas sobre o mundo Quan