Mundo paralelo


A fuga, amigo!
quem quer viver
da realidade
Essa coisa tacanha
e mordaz que nos
cobra no cotidiano
uma espúria cumplicidade?

O capitalismo que se exploda!
O sistema que se dane!

Venha o etéreo, o desvão dos sentidos
os mundos perdidos que nos aguardam
na imaginação

Sinestesia com o mundo
apenas o tato, o olhar, o gosto
De resto, o viajar
o partir para o inconcreto
e rico do viajar

Olhos cansados que experimentam
uma outra beleza

E deixe o ranger da vida
moer seus ossos
no andar de baixo
agastando-se no meio
de tanto tédio
flutue alto nesses novos mundos e esqueça
a caixa de Pandora
porque pra isso
nunca haverá remédio