Poema sem titulo
Na ida
Debaixo da taba improvisada
o indiozinho que mora
ao lado da BR
Sem camisa
Short tactel, cara suja
umas perebas sobre as pernas
resto de mingau na cuia
Contas, conchas, penas de arara
colar é quinze
pulseira é dez
gamela é trinta
A foto é cinco real, moço
A inocência da criança
Sorriso gratuito
rolando na poeira
com os seus
Um papagaio pequeno
Um cachorro magro
A moça empolgada do chapéu largo
grandes óculos de sol
e fotos
muitas fotos
Caminho de volta
Perebas fizeram mais uma vítima
Fugindo num segundo
desse espírito da miséria
Curumim ganhando asas como as
flamas das araras
Que habitaram impunes
por milênios esses recantos
Voa longe, indiozinho,
e leva junto o meu abraço
pra um tempo-espaço
onde tudo que é livre
realmente vive
e não há mais dores
nem cansaço
Debaixo da taba improvisada
o indiozinho que mora
ao lado da BR
Sem camisa
Short tactel, cara suja
umas perebas sobre as pernas
resto de mingau na cuia
Contas, conchas, penas de arara
colar é quinze
pulseira é dez
gamela é trinta
A foto é cinco real, moço
A inocência da criança
Sorriso gratuito
rolando na poeira
com os seus
Um papagaio pequeno
Um cachorro magro
A moça empolgada do chapéu largo
grandes óculos de sol
e fotos
muitas fotos
Caminho de volta
Perebas fizeram mais uma vítima
Fugindo num segundo
desse espírito da miséria
Curumim ganhando asas como as
flamas das araras
Que habitaram impunes
por milênios esses recantos
Voa longe, indiozinho,
e leva junto o meu abraço
pra um tempo-espaço
onde tudo que é livre
realmente vive
e não há mais dores
nem cansaço