Sumo

Sangue de uma terra em transe
Videiras ganhando
minhas veias
O colorido a se formar
atrás dos olhos
quando a especial graça
do mundo súbito surge
onde antes tudo era pálido deserto
Pujantes brasas
em total desatino

A razão finalmente adormecida
por obra de duendes delirantes
Os sentidos despertos
para o que não viam antes
A engrenagem sob o peito
insone, imaginativa
instilando
o líquido insidioso
lentamente
gotejando sob minha pele
Gole por gole
na pura demora
Enquanto o sol não nasce
me abraça a seiva que prepara
a aurora