Os olhos de Frida Kahlo

Livre baila Frida
como se leve fossem as cenas
nesse breve  teatro da vida

A juventude em seus gestos
o longo vestido em pés descalços
sobre a calçada de pedras lisas

Baila na brisa, Frida
leve e íntegra por entre escombros
colo recortado  entre delicados
ombros

Os longos cabelos
em tranças
Na cabeça a eterna flor vermelha
num dia de carnaval
onde todos simulam ser felizes

Esses olhos de albergar
arco-íris
fazendo pairar ao longe
a tosca imitação de uma cidade

Mãos dadas com a menina
baila ao crepúsculo
O coração estival
que ainda habita em ti
nesta tarde em cores

Túnel de tempo a navegar
sob as ausências ruidosas
de uma metrópole