Boca do inferno


Pensa num cara foda, e aí você depara no susto com essa Antologia dando bobeira na livraria da esquina. E o quanto é estranho quando você não se identifica na escrita com praticamente nada que esteja sendo produzido nos dias de hoje, e vai sintonizar justo em almas perdidas de tanto tempo atrás.

O reencontro com a poesia primeira deste país, em grande estilo, e a bonita e estranha sensação quando você descobre, meio que por atavismo, que dentro do seu próprio estilo literário , tem tanta engenharia e forma de enxergar o mundo semelhantes a outros poetas que habitaram este planeta, às vezes séculos atrás. A prova cabal do quanto a arte não se submete ao tempo.

Descobrindo, feliz, o tanto de barroco que eu mesmo carrego na alma e no texto, a vida inteira.