Da Poesia (coletânea de poemas de Hilda Hist)
Vergonhosamente ainda não conheço Cecília. Tenho lido Adélia, tenho lido Ana C., gosto muito de Sophia, não absorvi muito bem AMM e recentemente tive a felicidade de "descobrir" Wislawa , mas quando penso numa voz feminina, quem sempre me ocorre primeiro é a doce selvagem Hilda.
A profundidade de temas eternamente filosóficos que relacionam Deus, a corporeidade, a finitude, o erótico, a solidão, tudo isso sem enveredar-se pelos caminhos tristes de qualquer hermetismo. Hilda consegue morder sem causar dor, faz incendiar sem que isso queime a pele, porque no fundo dessa agressividade criadora, há uma doce poeta em eterna gestação de uma forma maior de vida por suas belas metáforas.
Não indico um livro, em particular, mas o conjunto da obra poética, ousada e abusada sem perder a ternura.
(A propósito, tem uma bela edição da Cia. Das Letras)