(Tao V) A criação
O desejo é poderoso
Mas não é a única
E nem mesmo a maior força estética
Por si só
Talvez a mais conflituosa
Por si só
Talvez a mais conflituosa
Negá-lo é mãe e pai
de tamanhas infelicidades
e tragédias
Aceitar, absorver, fruir
o desejo como via natural
Não represar nem condicionar
A qualquer coisa que lhe seja exterior
Não sucumbir ao desespero moral
Sentir, apenas,
como o que é perecível
Porque toda força resguarda
uma fragilidade
Emanar o sensual
como linguagem e tinta e pincel
sobre as brancas telas do mundo:
Existe aí um mecanismo de criação
Primitivo, ingênuo, animal
Mas o que dá o tom do humano
É o paradoxal
Quando a força mais criativa surge
internalizada pelo conflito
E a Sublimação torna-se a raiz de toda arte
Porque o ordinário da vida humana
É a imensa frustração contínua dos desejos
Dessa fome insaciável
surgem a pintura, a música, o verso
Ou na escolha pela inação, surge o Zen
A arte que merece o nome
Está sempre possuída pelo mundo
Aceitar, absorver, fruir
o desejo como via natural
Não represar nem condicionar
A qualquer coisa que lhe seja exterior
Não sucumbir ao desespero moral
Sentir, apenas,
como o que é perecível
Porque toda força resguarda
uma fragilidade
Emanar o sensual
como linguagem e tinta e pincel
sobre as brancas telas do mundo:
Existe aí um mecanismo de criação
Primitivo, ingênuo, animal
Mas o que dá o tom do humano
É o paradoxal
Quando a força mais criativa surge
internalizada pelo conflito
E a Sublimação torna-se a raiz de toda arte
Porque o ordinário da vida humana
É a imensa frustração contínua dos desejos
Dessa fome insaciável
surgem a pintura, a música, o verso
Ou na escolha pela inação, surge o Zen
A arte que merece o nome
Está sempre possuída pelo mundo