A coisa
Desembalam o fogão, com cuidado
um segura de um lado
o outro puxa
(tira o plástico grosso)
e à grande caixa se afasta para exibir
o conteúdo cristalino
Fogão grande e branco
seis bocas
e a alegria da família
A alegria do menino
Todos ao redor das novas trempes
saboreando expectativas
Reuniões animadas, brigas
pra saber quem vai fazer o café
cozinhar o feijão
ou limpar o leite derramado
Memórias das ceias do futuro
O menino
encantado mesmo é com a caixa
Trasladada ligeiro a seu quarto
--convidada de honra--
Ainda meio sem saber que coisa era aquela:
se objeto, se amigo, se bicho de estimação
Com o atavismo de um certo instinto
a abraçar cavernas
ele se enamorava da sua nova e perfeita construção, desenhava suas paredes
com giz de cera
Reforçava as dobras
de cola e encanto, grampos
e fibra de celulose
Acalento contra intempéries
Aos poucos migrava para dentro
de sua grande caixa
E a bordo desse navio
ganhava os mares
Capitão de marinha mercante
Primeira noite, contemplando-a
ícone e conquista, adivinhava sua importância
Segunda noite, dormiu dentro dela
Seus sonhos a habitaram
como praça morada e chão
Na terceira, havia guerreiros agora
sobre o teto tornado mirante
Índios, cowboys, Forte Apache
O topo era as montanhas rochosas
e o piso o Grand Canyon
Na quarta, a vida na Terra retrocedia
alguns milhões de anos
quando os tiranossauros rex retornaram à ativa
e rugindo rouco regiam o ciclo da vida
mastigando ossos ao redor
Na quinta, agasalhando caminhões, motos e carros
as máquinas possantes ocuparam
a grande garagem
dividida em vários andares
gerenciados com talento e competência
Da última vez, fez um buraco na beirada
abrindo passagem num dos lados
Estendeu a modo de asas
suas abas laterais
e a nave espacial partiu
rumo ao espaço: A fronteira final
um segura de um lado
o outro puxa
(tira o plástico grosso)
e à grande caixa se afasta para exibir
o conteúdo cristalino
Fogão grande e branco
seis bocas
e a alegria da família
A alegria do menino
Todos ao redor das novas trempes
saboreando expectativas
Reuniões animadas, brigas
pra saber quem vai fazer o café
cozinhar o feijão
ou limpar o leite derramado
Memórias das ceias do futuro
O menino
encantado mesmo é com a caixa
Trasladada ligeiro a seu quarto
--convidada de honra--
Ainda meio sem saber que coisa era aquela:
se objeto, se amigo, se bicho de estimação
Com o atavismo de um certo instinto
a abraçar cavernas
ele se enamorava da sua nova e perfeita construção, desenhava suas paredes
com giz de cera
Reforçava as dobras
de cola e encanto, grampos
e fibra de celulose
Acalento contra intempéries
Aos poucos migrava para dentro
de sua grande caixa
E a bordo desse navio
ganhava os mares
Capitão de marinha mercante
Primeira noite, contemplando-a
ícone e conquista, adivinhava sua importância
Segunda noite, dormiu dentro dela
Seus sonhos a habitaram
como praça morada e chão
Na terceira, havia guerreiros agora
sobre o teto tornado mirante
Índios, cowboys, Forte Apache
O topo era as montanhas rochosas
e o piso o Grand Canyon
Na quarta, a vida na Terra retrocedia
alguns milhões de anos
quando os tiranossauros rex retornaram à ativa
e rugindo rouco regiam o ciclo da vida
mastigando ossos ao redor
Na quinta, agasalhando caminhões, motos e carros
as máquinas possantes ocuparam
a grande garagem
dividida em vários andares
gerenciados com talento e competência
Da última vez, fez um buraco na beirada
abrindo passagem num dos lados
Estendeu a modo de asas
suas abas laterais
e a nave espacial partiu
rumo ao espaço: A fronteira final