Filosóficas II (Sartre, o Ser e o Nada)
No próprio vento construir escadas
Garimpar o pensamento
Recusar o que se apresenta
como suposta essência
do real
Poesia sobre o nada?
Mas se, volta e meia, é o que
eu mais faço
O nada como condição humana
(Herberto Helder que o diga)
O nada que nos habita
Ser livre de assuntos
livre de rimas
Como a um vinho velho
Deixar decantar qualquer motivo
respeitar somente o traço
A vida é limitante
Um constante impossível
O real é um aberto
e o trazemos assim tão perto
(À falta de uma melhor leitura, não ver quimeras aonde não há)
O fascínio dos sons, em palavras
talvez seja a mais nobre intenção
Criaturas que desaguam em versos
não pedem permissão
Se à pena solta lhe falta o tema
já começou a ser poema
Palavra que se curva à realidade
deixou de lado a essência onírica
e liberta e se põe a tagarelar
procura, sob luzes tortas,
achar uma outra resposta
que o papel não tem pra dar
Garimpar o pensamento
Recusar o que se apresenta
como suposta essência
do real
Poesia sobre o nada?
Mas se, volta e meia, é o que
eu mais faço
O nada como condição humana
(Herberto Helder que o diga)
O nada que nos habita
Ser livre de assuntos
livre de rimas
Como a um vinho velho
Deixar decantar qualquer motivo
respeitar somente o traço
A vida é limitante
Um constante impossível
O real é um aberto
e o trazemos assim tão perto
(À falta de uma melhor leitura, não ver quimeras aonde não há)
O fascínio dos sons, em palavras
talvez seja a mais nobre intenção
Criaturas que desaguam em versos
não pedem permissão
Se à pena solta lhe falta o tema
já começou a ser poema
Palavra que se curva à realidade
deixou de lado a essência onírica
e liberta e se põe a tagarelar
procura, sob luzes tortas,
achar uma outra resposta
que o papel não tem pra dar