As Ondas
A propósito do aniversário de Sophia
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Tormenta em lanhos de pedra
bate forte
bate fraco
bate
o mar
sem cessar
Verde rugoso, todo-jade
como o leito dos olhos
da menina bonita na feira
O arroubo das ondas
sobre os recifes
A espuma que vem
trocar o sal dos lábios
Dissolvendo quartzo
em consciência mineral
Uma vida à beira-areia
jamais será uma vida perdida
As tardes na contemplação
Conversas aos pés da brisa
Fechar os olhos e flutuar
Albatroz nascido para o vôo
ganhando o espaço
de uma existência
Que seria desse imenso mar
Que agonia, Sophia!
Como ele ainda existiria
Não fosse o seu olhar ?