Filmes 2019
Coringa, de Todd Phillips, absoluto.
Do ponto de vista "sétima arte", perfeito.
Fotografia, trabalho de atores, roteiro,
música, tudo que é possível imaginar.
Do ponto de vista temático, um
forte questionamento da sociedade
contemporânea, seus valores,
talvez deixando de lado o mundo macro,
os discursos políticos mais comuns, o
foco no "grande motor" da economia,
da expansão imperialista, para concentrar
no mínimo, no corpo, no cotidiano das
pequenas questões institucionalizadas, e
na forma como elas surgem, principalmente
àqueles que de uma forma ou de outra
encontram-se marginalizados dessa
máquina. Uma saída pelo individual,
lembrando o corpo indócil em Deleuze,
Guattari, Foucault, contra a normalização
das forças , uma rebeldia em favor
da vida?
Beleza de filme, uma crítica poderosa
à sociedade de consumo e ao padrão
"american way", que vem se impondo
novamente sobre o resto do mundo,
com seu alto preço a pagar, inclusive
nos países-potências econômicas do
sudeste asiático. Um sensível olhar
sobre um futuro que já é presente.
A história densa e carregada de momentos
limítrofes de um grande artista pop.
Ponto para o roteiro que, com arte, consegue
fazer humor e leitura para elém do
showbizz sobre as dores
e as superações de Elton John. Sem dúvida,
uma biografia autorizada, mas ousada.
Taron Eggert, melhor candidato a Oscar de ator, não
fosse Joaquin Phoenix em Coringa
Outro filme ruim da franquia que até agora nem
se justificou. Tempo, dinheiro (e talento, pelo
bom time escalado) jogados fora
Filme silencioso, meditativo, uma análise
curiosa da relação paterna, por uma via
psicanalítica. Não chega a ser ruim,
o tema é bom e o ator está bem no papel,
mas poderia ter se aprofundado mais.
Na média, um bom filme
Talvez a maior decepção do ano, por causa da
grande expectativa. Adam Driver não é qualquer
um, e tem um elenco bacana, diretor famoso,
mas a coisa nao decola. Quixote é um clássico
(talvez o maior deles), e mesmo para ironizar
ou satirizar, há que se ter cuidado, coisa que
faltou do começo ao fim. Uma misturada doida
de modernidade, excesso de piadas, uma fuga
de moto injustificada dentro da história paralela
que se desenvolve. Uma pena !
Uma das produções mais relevantes do cinema
nacional este ano, é na verdade, do ponto de
vista estritamente cinematográfico, um filme
meio tosco, do início ao fim, lembrando
filme de ação americano com toques de
Tarantino e Roberto Rodriguez. Mas pelo
significado político e contexto, um grande
filme, cuja simbologia transcende em muito
a tela.
Ok, esse eu confesso que me escondi bem
pra não ser reconhecido no Cinemark, mas
é porque , como todo mundo, eu vi os filmes
que o antecederam na franquia e precisava
saber (curiosidade mórbida) como é que
tudo ia terminar, enfim. E como já era esperado
uma amarga decepção, a ponto de fazer o
próprio produtor dos filmes anteriores
declarar que sente "vergonha". Um exemplo
cristalino de como os Estados Unidos da
era Trump se perdeu completamente até
mesmo dos "valores americanos", que
mesmo não sendo nada louváveis, representados
pela política de submissão e invasão de
territórios sob interesse, ainda nutriam
alguma espécie de ideal capitalista ou
civilizatório, coisa que o mata-mata de
hoje sequer consegue esboçar.
Lastimável!!
Toy Story 4 - Poesia pura, lembranças
boas