"O pintor da vida moderna"
"O pintor da vida moderna". Texto de Baudelaire sobre "O homem da multidão" : Baudelaire falando sobre Poe. Um retrato intenso da modernidade, a descrição de um esqueleto da vida no justo momento onde ela se tornava essa coisa , a um tempo carregada de impessoalidade absurda, a dissolução das individualidades no movimento de massas, e de outra mão, abrindo espaço necessário em algumas esferas um tanto mais distantes do fazer-vender da máquina, para uma reavaliação do sentir, pensar e se mover sem contudo perder-se totalmente, dissipar absurdamente toda e qualquer subjetividade, mesmo no mar de pessoas que nos circundam. Análise belíssima e extremamente contemporânea de um grande poeta sobre a contundente obra e o viés inusitado de um grande escritor.
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Daqueles momentos onde você se lembra com tamanha emoção e apego ao porquê de ter inadvertidamente deixado descambar tantas outras coisas na sua vida, -- seja pessoal, profissional, seja até em outras variantes artísticas que sempre o tocaram muito -- para se deixar ser absorvido pela profundidade sem igual , a vertigem da literatura. Pois não há, em qualquer outra opção estética, científica ou filosófica, arte figurativa ou não, embora repletas de suas próprias belezas e desafios, mergulho maior na imensidão do humano do que através das literatura.