Valter Hugo Mãe
Sequência cronológica de leituras. Terminada hoje a última obra desse fantástico autor, e a impressão nítida que fica, dessa outra forma de linguagem, que a meu ver mais que em qualquer outro escritor contemporâneo, -- ao menos no idioma português-- faz "cantar" as palavras, permitindo pelo leitor a apreensão de sons e sentidos inusuais como formas descritivas.
Herança de Saramago muito presente, na raiz, e o mérito pessoal de muita lavra das próprias mãos.
"Homens imprudentemente poéticos " é, talvez, o livro mais diferente dentro da produção do autor. Sua intenção de se vincular á cultura e à forma de pensar e se expressar do Japão o situa um pouco à margem quanto à estética.
Mas quanto aos outros tabalhos, independente do tema das variadas narrativas, sempre muito intensas e com grande carga poética e existencial nos personagens, a sensação que me bate do texto é que, o tempo inteiro, há uma espécie de criança esperta brincando com as palavras, com a forma de dizer, como se no fundo fosse tudo um grande jogo.