O prazer do texto (Barthes)

 





O autor (não um dos autores)

O autor mais importante da junção entre

filosofia e literatura, legando uma obra

com beleza ímpar em sua construção


Aqui, em um de seus momentos mais

felizes : "O prazer do texto"

resgatando muito do que se perdeu

quando em algum momento alguém achou

que saber apreciar quinas e retas valeria mais

por si só, que os demais sentidos


A distinção fundamental sobre 

a co-autoria sendo uma autoria

O leitor sendo também um autor


Bom ou mau leitor, assim como

as obras, em geral, podem ser boas

ou más na realização do seu propósito


A importância da generosidade, como pré-requisito

do leitor que acresce ao texto a riqueza

do seu vivido e aumenta o mundo

aumentando-se nesse processo


O sentimento do texto, o sentimento da vida

essa coisa que não pode ser substituída

pelo olhar do outro, precisa ser digerida

precisa ser fundada no âmago, em

algo mais familiar ao sentir do que

ao calcular


Seja por vivência crítica, árdua, inquisidora

Seja através da experiência onírica, lúdica, plástica

corporal, erótica, angustiante ou reflexiva


O não reconhecimento dos signos quando não 

ocorre qualquer vínculo e o leitor não embarca


A mesquinhez, quando qualquer afeto é negado

-- porque ler transcende em muito o juízo lógico --

e o leitor avaro apenas subtrai ao texto suas entradas

substituindo o que vai na relação rica entre as palavras 

postas e os sentidos internamente alinhavados ou sugeridos


pelos  próprios desertos que lhe vão por dentro, cheios

de intermináveis cavernas e odiosos dragões cuspindo fogo