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Mostrando postagens de novembro, 2020
"Linha M"
Falar sobre o nada e ainda ter tanto a dizer é para poucos. A prosa elegante e desprovida de adornos em suas descrições dos ambientes mais simples e situações cotidianas, desde o hábito da xícara quente de café com torradas de pão integral e azeite no canto do barzinho sistematicamente eleito, a uma coletânea de memórias volitivas vivenciadas em contextos, tempos e países diversos mundofora. O traço melancólico que tão bem cabe às introspecções, e cuja fluidez encanta. Textos em formato de pequenos contos ou crônicas contemporâneas acerca dos espaços humanos de habitação e desterro, (como boa leitora da literatura Beat e representante menos dos cânones e mais do circuito alternativo de cultura durante uma vida, escrita que carrega no peito a ansiedade dos espaços fechados) sobre influências literárias, musicais, existenciais enfim, que prefere marcar--como na veia de uma rabiscadora de palavras madura quanto a seu propósito-- o caminho percorrido mais exatamente por sua rara e
"Clube do Filme "
Retornando depois de um tempo à série "leituras e impressões " ----------' Um filho meio perdido na transição turbulenta entre a adolescência e a vida adulta Um pai compreensivo e questionador preocupado com o futuro do filho, menos num sentido propriamente material e mais com sua formação humana A experiência de substituir, por um tempo, uma escolaridade formal pelo conhecimento do mundo em outras lentes: três sessões de cinema por semana, seguidas de debates livres. Filmes escolhidos entre um vasto repertório de temas, pegadas e as mais variadas paletas. O mundo conhecido posto entre parênteses, como na veia apregoada pela Fenomenologia, enquanto o objeto se desvela por outras vias? Ou na verdade, um afastamento das questões banais e formas artificiais de assassinar o tempo -- formas patrocinadas pelo sistema -- para permitir o surgimento em outro espaço das questões que realmente importam? Fellini, Coppola, Woody Allen e muitos outros quase-anônimos, do C
Inteligência a serviço da sensibilidade
Revista Literária Fernão - UFES - jul-dez 2020 (resenha "Manga Verde", Prof Leonardo Mendes) Os ecos do texto, que voltam à origem e nos tomam em diferentes momentos do tempo Ensinando-nos muito mais do que pretensamente nós e nossos rabiscos a um possível leitor Quem sabe a melhor versão do "conhece-te" a ti mesmo Socrático Que, por ironia, vem pela mão do outro Talvez o maior movimento e pulsão para que um escritor se ponha a escrevinhar Menos a publicação da obra em si Mais o diálogo, o testemunho de vida de alguma forma mágica que ela permite Partilha que se colhe no vento Durante a navegação mundo afora do livro de contos "Manga Verde" entre críticas formais e humanizantes abordagens Em especial meia dúzia de momentos com diferentes falas que me retornaram me tocaram também por suas distintas formas de olhar de sentir, de perceber A curiosidade e um certo prazer de observar a variância toda bela e colorida de transmissão da própria experiência por