"A persistência da memória"
Depois de década fazendo minha salada poética
com os adorados românticos
Byron, Shelley, Blake, Coleridge, Goethe
-- Novalis e Hölderlin só conheci depois --
(Nietzsche, Shakespeare e Bandeira correndo
por fora, é claro), na lida acadêmica
Me veio isso aí, nos tenros vinte-uns
Leitura não se reduz à escrita,
é o que levamos pra vida
e nos incorpora a partir de certo ponto
Mas as influências são inevitáveis
Sendo generoso, como se pede a todo bom leitor
ainda hoje o texto me traz muitas
e boas lembranças
Hoje, o que ficou da época, do que sempre fica
Romântico incorrigível e idealista até os ossos,
mesmo contra todas as probabilidades
Existencialista no que sobra, tentando não
sucumbir ao excesso de senso crítico e pessimismo:
Enfim, a persistente contradição que brota do meu próprio signo