Polanski
O cinema, sendo a grande arte contemporânea.
Pelo fascínio que exerce, a sinestesia tomando vários sentidos ao mesmo tempo e ensaiando as possibilidades estéticas em diversos campos.
É a paixão incondicional pela fotografia, o registro mágico da pintura e do movimento.
É o eixo do roteiro, portanto narrativa e história. Diálogos e aberturas que evocam a identificação ou olhar crítico do público por tornar suas vidas algo digno de ser encenado.
É música que enseja a maior intensidade nos andamentos, as pausa s de silêncio e fôlego e os exageros da adrenalina na emoção do pulso rápido
É teatro pela dramaticidade, o corpo em ação, a grande pegada dos diálogos, e de como se torna possível ir tateando a condição humana através da fala e do gesto
E é poesia, no fim, quando mistura tudo isso num texto aberto para propiciar a criação de novos mundos no espírito do espectador
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Trabalho belíssimo de Polanski -- ele que segue fazendo o que Woody Allen não conseguiu de uns anos para cá, propondo-se filmar menos e com mais qualidade, mantendo a proposta não comercial de suas obras, valorizando o trabalho de atores e se atirando a temas profundos.
"A pele de vênus" , além da perfeição que exibe em tudo que é critério de percepção possível para cinema, pela metalinguagem que carrega é uma declaração de amor ao teatro, ao palco, à dramaturgia em termos gerais, e à beleza arte em particular.