Malhação
Sacudir o esqueleto
pra lembrar que se vive
mesmo em tempos de crise
Canela ralada na esteira velha
(e por muito pouco quase um queixo quebrado)
Calos novos no meio da mão
Músculo estirado no alongamento forçado
O coração saindo pela boca
depois de reles 15 minutos de corrida
O antigo preparo alcançado no laço
depois da disciplina de uma era
jogado fora sem qualquer cerimônia
Mas não tem dia seguinte depois da sessão
onde o corpo não consiga remediar
e lembrar por que ainda gosta da vida
Mesmo quando dói no levantar de uma perna
Mesmo quando ela vem assim de lado
como a quina estratégica do tablado
que uso para guardar bugigangas e sempre
me encanta com uma nova saudação roxa
à luz da pele só pra dizer que também existe
Sarar feliz quando acordado de um dia bão
joelho bambo, ombro caído doendo no vento
na ressaca do exercício que vem de arrastão
Coluna rangendo, nervo estrilando
Mas não tem nada não
Segunda-feira tem nova sessão