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Mostrando postagens de agosto, 2010

A dança

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Pairar sobre palavras cantadas andar solta sobre flâmulas dançantes e brasas com graça, sem se queimar essa a arte da leveza , de plumas não se dança sem  mágica O corpo levitando sobre o chão sustentando-se no ar vencendo a gravidade, por mágicos segundos que parecem parar o mundo silêncio inequivocamente belo Texto corporal e link para o universo metáfora de si mesmo, o corpo a criação o movimento sendo a interação que divide o gesto braços que cortam o ar, a pena língua plena sem  palavras, versos corporais sobre o papel em branco e preto do espaço gravados entre o ar e  a carne sôfrega e trêmula concisa, precisa, ritmada intensa, sensual, relaxada Linhas escritas sem uma palavra sequer palavras que soam  melhor caladas quando a dança entra em cena

Plenitude é somente uma palavra

Guerra maior é a que acontece no silêncio de dentro batalhas sem nome, indesignáveis eventos milhares de mortos, centenas de feridos conflitos resultado de se estar vivo, respirar  e não se resignar ao simples sobreviver Busca incessante desta alma , inquietude pelo que  ficou para trás, quando me perdi em algum lugar do caminho. Plenitude? Não há, posso dizer. A vida é a soma de tudo que ocorre, mas perpetua-se somente na memória dos  bons momentos. O que vejo de real são apenas os  fragmentos... ser humano é sempre estar faltando um pedaço. "Diante da grandeza do mundo, torna pequeno teu coração", diz o provérbio chinês... ouço esse ditado amarrando meus braços, acorrentando meus pés mas algo de rebeldia insiste em não acreditar num mundo zen, algo salta esse muro e grita que a vida é mais , a vida é mulher e é assim meio doida mesmo, imprevisível nessa sua maneira íntegra e alucinada de encantar e exterminar e que, se há algum equilíbrio, ele sempre fu

o tempo

A mirada das cavernas vejo só um pálido sol situado no horizonte Vejo Platão e suas sombras refletidas, grilhões criados pelos próprios escravos sob o medo da liberdade pois a liberdade sempre amedronta Esse barco do tempo veleja rápido demais e na vertigem de já estar aqui, agora sinto calor em agosto como se ainda fosse janeiro

Sobre vampiros

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Entre as gélidas rochas desta cela abandonada mil anos aguardando e padecendo  a eterna sede  que nunca é saciada Metamorfoseando em asas o desejo, morpho chiroptera deixo minha cripta e rasgo a noite sobre a Terra os instintos intactos, um vôo cego e rápido, Nosferatu e um domínio de Fausto sobre o que o mundo integra. Você dorme, inocente, na escuridão do imenso quarto sinto seu calor e o coração nos seios agitados a ansiedade da lua imensa prata convite ao banquete onde será servida sua juventude em grandes taças Sua pele clara brilha nas sombras, deleito-me com a visão enquanto mordo seu pescoço você me pertence,agora seus humores e sua essência circulam em meu corpo e alimentarão minha sombria existência enquanto lego a você uma fração do meu ser imortal sugando até bem perto do fim a sua linfa vital doce fluido cristalino enquanto vejo, por  lascívia,  sua vida aos poucos se esvaindo Seu corpo contorcendo-se em grito