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Mostrando postagens de abril, 2017

O caminho de todas as coisas

Olhar ainda não é ver Escutar ainda não é ouvir Abraçar ainda não é ter Concordar ainda não é sorrir Perdoar ainda não é sentir Aspirar ainda não é querer Engravidar ainda não é parir Esperar ainda não é sofrer Andar ainda não é dançar Nutrir ainda não é comer Falar ainda não é cantar Calar ainda náo é morrer Correr ainda não é voar Embriagar-se ainda não é beber Acudir ainda não é salvar Achar-se é não saber se perder [O que falta ao homem: lembrar-se de que ele é a medida de todas as coisas O que falta ao homem é lembrar-se  de que ele sempre foi a medida de todas as coisas] A ciência ainda não é poesia Adulto ainda não é criança Certeza ainda não é esperança Desejo ainda não é fantasia Religião ainda não é espírito Garras ainda não são mãos O céu ainda não é a Terra Teu corpo ainda não é perdição A verdade ainda não é a guerra A Igreja ainda não é a razão Deus ainda não é homem Desamor ainda não tem perdão Trabalho ainda não é fim Nem mesmo a civ

Festa de Agosto

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No rosto, a chuva Na fuga da tarde Matar aula Cavar tempo Aventura Sem idade Sobre o morro O Espírito Sobre o espírito Velocidade Luzes, Exposição: É a feira da cidade. Gostando dos pingos  Batendo no rosto Os ventos de agosto No alto da colina Na boca, o gosto Os olhos as curvas Presença dos  sonhos Aquela menina Chicletes com música,  Balas de hortelã Pipoca no cinema Drops com adrenalina. Parque- da- festa, de diversões Gente modesta, maçã-do-amor. Meninos pequenos, meninas-com-as-mães Bate-que-bate , meninos-carrossel "Moço, um ingresso!" pra porta do céu Roda que gira, gigante-que-bate Gira-que-bate essa roda de parque Festa do povo, cheiro de pólvora Crianças que rodam Traques-rojões Trem fantasma, trem do terror É festa na cidade do interior. Montanha-russa, algodão-doce Crianças adultas, adultos crianças Ingressos pros sonhos Cavalos girando Fantasias, pipoca, Choro                       E muitas lembran

Réquiem para Hannah Baker

É quando o mundo continua insensível aos teus gritos mudos e tudo o que ouves dele não é mais qualquer consolo somente acusações e sentenças proferidas à queima-roupa como tijolos intransponíveis de um muro sólido e surdo a memória que agora te volta à tona, com  tanta frequência é o frasco de comprimidos ou a água morna da banheira enquanto a lâmina afiada e fria, preparada no ritual aguarda, como num manual, aquela instrução certeira Quando o gatilho armado que, ao lado de  tua cabeça repousa, relegado, antes que o pior aconteça na explosão de matéria rubra a redecorar o quarto na amarga espera para se tornar um retrato quando o desejo maior é cessar todos os desejos aliviar-se para sempre de ser, de ter, pensar ou sentir porque a língua que praticas, a pele que tocaste um dia na frente de um espelho, a razão bela e frágil de existir o corpo-sem-medo que agora habita em ti é objeto em despedida a imaginar outros vôos e a coragem que ora inaug

Ser e existir

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(para o Poeta Pantaneiro) ----------- ... De tudo o que se vê no mundo a metade existe somente na nossa cabeça Os olhos é que mundeiam para enxergar... Isso, porque ainda nem falei de Heidegger para quem, o que existe mesmo são os humanos Alguns autênticos, Outros inautênticos, enfim Como acontece à própria vida O restante das coisas, bichos e plantas ainda que se esforcem , nunca conseguirão os pobres de mundo possuem unicamente sua essência imutável Eles podem ser mas estão condenados a nunca existir Esta minhoca que agora cava sob meus pés redondeando em parafusal espirante um girobolante escarafunchar do barro neste terreiro de chão batido  parece não concordar muito com o Filósofo Assim como estas formigas que, em organizada carreira, carregam apressadamente suas folhas nas costas e seus grãos de açúcar furtados do pote da cozinha (ciência de chuva que se aproxima) Acho que não preciso dizer a elas que He