O silêncio
Há poesia demais em não falar nada um romance não escrito quando penso em você contos que dormem intactos sob o travesseiro crônicas de uma vida que anda de lado, sem porquês. Se eu não nascesse hoje, tornaria a morrer sem revelar esse mundo sem participar o liame das coisas, entre o sólido e o abstrato mais profundo, aquele lugar onde tudo o que há se revela na história do mínimo, enquanto se perdem, assim, os seres recém surgidos do limbo, antes de inaugurarem qualquer estado de consciência. Àtomos e palavras, urdidas na calada da noite inacabada, inocências... Neste filme que passa bem diante dos meus olhos vejo cores, o campo, bichos, flores e mato alto, então estou integrado nesta tela impressionista, e sou a própria imagem do que quero ser: sou campo, sou bicho, flores e mato alto repleto de pontos de sombra e luz, sob cuja fragmentação espelhada possibilito a visão, enquanto imponho meu olhar, esse tirano trocando a realidade pela impressão. Sou também o pintor que tudo observ