A terceira vista
Quando voltei a Vitória anos depois, a coisa era bem outra. A cidade também crescera nesses dez anos, desde a primeira vez. O cheiro da maresia dominava tudo, eu morava numa torre cem metros acima do solo e sentia na pele o cheiro úmido e acre desta capital lá daquelas alturas. Era ônibus pra tudo, não tinha nem como sair de casa sem precisar. Os lugares eram sempre distantes. Estudava no Centro, morava na Praia do Suá, filava bóia no R.U. em Goiabeiras e me enfiava pelas tardes já na Biblioteca da Ufes, meu refúgio do mundo. Aquela imensidão de livros. A lateral envidraçada do segundo andar lado oeste e aquele pôr-do-sol mais bonito do mundo, com urubus dando seu show todas as tardes, tendo às costas o paredão das montanhas capixabas. Dessa vez ao menos eu sabia por que vinha à capital. Não era só visita nem tinha ninguém morrendo. Evinha maior e quase mais forte, eu e mais dois. República a se formar. Três cabeças, três sentenças que depois chegou mais um e viramos os quatro jove