Postagens

Mostrando postagens de maio, 2021

Magrela

A dupla paramentada descendo o morro  Parecendo um ET com essas cores e formas A brisa rala a essa hora 5 da matina lá vem o sol Corpo da cidade corpo de carne corpo de metal Normalmente não iria, ora estamos no Brasil  e desafiar o óbvio a essa hora é pedir  pra ser assaltado. Lembrando que a última bike  me foi surrupiada mesmo acorrentada  a sete chaves na garagem do prédio. Com  direito a live gravada do pirralho com sua serrinha no record de 10 minutos Mas hoje não. Vai dar tudo certo Nem frio nem quente. Agradável Recém-melhorada bike por um upgrade  que a colocou na estética do Triathlon  abandonado há tantos anos, em que  eu nunca soube dizer o porquê  (Dias felizes aqueles da piscina olímpica  da Ufes, e a pedalada seguida em Camburi) Aquele pique exagerado ficou pra trás, com os vintepoucos anos  Mas o passeio agora é melhor. Sem correria Na época, a preocupação com marcas, tempo  de relógio, encurtando ao mínimo o espaço  da saída à chegada. Hoje, o objetivo contrário, e o f

O Mar

Imagem
  O mar armou com o amor de me ensinar a amar Assim, do seu salgado jeito de mar Uma hora me afoga Outra me traz à tona pra respirar Mas um dia ainda aprendo como quando menino no meio de todos aqueles caldos também  aprendi a nadar

Resenhas

O Aleph Retomando (ou tentando)  o projeto : "um livro por semana"  Para resenhar aqui no Blog  Às vezes vem resenha  Às vezes vira ensaio quando  a empolgação aumenta, como  é o caso da última resenha,  do escritor Palahniuk, em andamento. Multifacetado demais para caber  apenas numa resenha

Bigô

Ainda moleque, levado pelo irmão, pegava logo o tempo do forró . marcava triângulo, marcava zabumba. o apelido foi por conta de uma sombra de bigode no rosto desde muito moço. Bigodim, que depois ficou só Bigô, que era como todos o chamavam a partir daí.  Antes de me mudar de lá, eu o vi se tornar a referência de baterista revelação juvenil . ainda pequeno atrás dos tambores, era sempre chamado pra incorporar os novos grupos que iam se formando nas garagens da periferia. Aquele bumbo gigante e uma infinidade  de pratos, ele pequitinho escondido lá atrás. tocava no baile, tocava na barraca de lona improvisada da festa da cidade . Bigô tava sempre lá, o bumbo forte, com muita presença. também era ágil e original na escolha das notas por  mãos leves e precisas. um jeito latino de tocar. nunca perdia o compasso, mesmo no improviso. Do Rock ao Pop, voltava ao forró fácil, depois migrava pra balada, não se cansava. músico da noite, mesmo ainda tão cedo, tem que aprender a tocar um pouco de t

Minha instante neste estante

Nietzsche, por Roberto Machado Proust, por Nabokov Proust falando sobre o tempo Os Poetas profetas, por Octavio Paz Camus falando sobre a revolta necessária  Sartre falando sobre Camus Sartre falando de qualquer coisa Cortázar falando sobre bicicletas Cortázar falando de qualquer coisa Bento Prado sobre bois, marcianos e sereias Haroldo de Campos sobre Pagu Nietzsche sobre Hölderlin Nietzsche falando sobre a vida Huxley sobre os estados psicológicos e o inexplorado que reside no humano Manoel de Barros sobre passarinho Cacaso sobre as formas de amar Borges sobre a imortalidade Barthes sobre a luz e seus efeitos Baudelaire sobre Edgar Allan Poe Baudelaire falando sobre qualquer assunto Rilke sobre Rodin Bandeira sobre a vida Thomas Mann sobre a música Jens Peter Jakobsen sobe melancolia Thomas Bernard sobre niilismo Henry Miller sobre o corpo, teatro, pinturas sexo, boxe, trabalho, ciências, comida e  sobre Anäís Ninn. Miller tagarelando sobre o que lhe der na telha Sophia Breyner sobre

Seis lambaris

 Menino indo         rindo              o rio ali- lindo  Fluindo Rio que ri pescar a tarde que arde sob a sombra quente Fugindo da aula Mochila vira bornal  Minhoca tirada no barranco Anzol e linha malocados na estrada As escamas prateadas    de seis lambaris

Despedida de um mestre

Imagem
https://revistacult.uol.com.br - Roberto Machado   Estávamos todos lá, em final dos anos 90, na primeira vez que o vi pessoalmente,  Ele vinha a Vitória palestrar e promover seu último livro, "Deleuze e a Filosofia".  Duas horas antes da palestra no auditório já lotado de tudo que é turma de humanas e sociais, da Filosofia à Sociologia, Direito, História, fizemos uma reunião -- era convidado do Departamento de Filosofia e portanto tínhamos a prerrogativa --  eu e mais uma turma de estudantes do último ano de Filosofia da UFES e meia dúzia de professores do próprio departamento, entre amigos, admiradores e outros mais próximos da sua linha de trabalho e pensamento .  Eu tinha meu gosto pessoal pelo trabalho do autor e havia lido algumas de suas obras, na época o melhor intérprete e anunciador de Nietzsche neste país medieval. Na hipótese de que o governo FHC não tivesse quebrado a universidade naquele ano ou pocado de vez com noventa por cento das bolsas de pesquisa na área de

Leituras

Imagem
  H.H. e a destruição da sintaxe enquanto possibilidade: quebrar a estrutura da fala que enuncia para fundar uma lírica  do absurdo em um sujeito que pode não estar lá