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fugacidade

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Aquele velho que passa é só um velho e passa velho de velhice nova ou velho de velhice antiga mas é só um velho e passa sua perna agora é a bengala sua boca é mais banguela do que a pele lisa do crânio reluzente esse velho apenas que passa se ele fica e não passa, abraça mas à vida que não se vai o sol queima devasta aquele que já foi em suas plenas forças um homem hoje, cansado de humanidades, é só um velho... e passa Terá passado? _ foges de mim, lapso de memória? Terá futuro? _ Sustenta-me ó sol, meu velho companheiro, Pois tu também és velho e um dia passa

ELES, O MONSTRO PARANÓICO

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Eles chegaram Eles sentaram Eles estão bem à minha frente Eles me encaram, agora, fixamente Na busca de um olhar furtivo Uma piscada que seja Tomo meu uísque fingindo a calma que nunca tive balanço minhas duas pedras de gelo despisto e olho _lá estão eles!! me encarando novamente... Acendo um cigarro dou duas tragadas navego na fumaça permeando algo no espaço que a essas alturas já se perdeu Despisto e olho de novo _esses olhos... Certeza: não sou forte o bastante Fixo perdidamente o chão Como se procurasse minha casa, cova da qual não deveria ter saído Reconheço, finalmente, Meu lugar é nos subterrâneos Embaixo do soalho me sinto melhor Suporto com segurança o peso do mundo, pesado-de-pedra concreto no olhar Sempre inquisidor Olhos que assassinam minha musa privacidade Eles, o monstro, nunca me deixam em paz Eles, o monstro, querem sempre saber de algo Eles, o monstro me deixam tenso como um campo minado, que ao menor toque manda tudo

DESCAMINHOS DA VIDA

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por Carol Teles * Os descaminhos hão de guiar - me por lugares onde não andei, universos que não desbravei. Ironia... Percorrendo os caminhos desviei – me. Havia placas, setas... E letreiros luminosos em letras garrafais... Dizendo : “SIGA EM FRENTE”, “50 KM DO SEU DESTINO”.... Ao chegar ao meu destino, fictício, deparei-me com o NADA, personificado, que disse-me que eu havia chegado à lugar algum. O NADA era ali. Imediatamente, quis sair de lá E desta vez fui percorrendo os descaminhos que encontrei pela frente e, pela primeira vez, tive a sensação de não estar totalmente Perdida. - - - - - - *Carol Teles é Advogada homepage: http://lfabuleuxdestin.blogspot.com/

O mapa do destino

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Eu não sabia onde encontrar a vida ninguém me disse nada e eu nunca tive nenhum mapa Se aprendi algo, foi sozinho correndo feito louco jogando muito alto sem tostão para pagar Eu não sabia onde encontrar a vida eu não tinha nenhum mapa e nem pude ensaiar praquando a hora chegar Tudo que sei e eu sei muito pouco tive que arrancar à força eu tive que sangrar pra ver Eu não sei onde encontrar a vida eu não tenho nenhum mapa nem pude ensaiar praquando a hora chegar Me criei nessas areias finas no martelo dos tempos e da destruição deste instante alimento meu futuro Nunca tive medo da morte tenho só                       de nunca ter vivido Sou um exterminador implacável das minhas próprias possibilidades

A CIDADE

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por Marcos Oliveira * Liquefeito o poema Da agonia do labor Dia a dia sangramos. Somos suspeitos E onde buscamos Pé de verso: abrigo. Na torre central Do prédio desenhado Controle remoto. O Aviso da sirene. Cidadãos com senha, Computadores monitoram. Nossa mensagem Não chega aos ouvidos De toda a urbanidade. Lamentamos profundamente. A garota de botas percebe. Retratados na tevê. O design arrojado O vertical incomoda A calçada de multidão. Súbito a tarde chega Crepúsculo vermelho A nuvem cinza. Todos decidem. Signos e talhe. Multidão e homem só. Marcos Oliveira é Filósofo e Escritor. Blog: http://www.marcossilvaoliveira.blogspot.com/

SE EU QUISER FALAR COM DEUS

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Sidarta, Cristo, Krishna, Maomé personas universais, a vida pela fé. Sangue nobre, nobres intentos intenções perdidas, lamentos As bênçãos da humanidade à sua nova criação, a língua mais imprópria para se falar com um Deus. Allah, Shiva, Brahma, Javé figurações da mesma valsa a morte pela fé. Nirvana, paraíso, armas, imolações o gosto e o desgosto pela fé. Moral verdades universais, pecados originais reencarnação idade das trevas, fogueiras dança das almas rumo à ilusão, a língua mais imprópria para se falar com um Deus. Busca da certeza, quando a vida não nos dá apego ao que flutua, o medo de afundar quando o nada parece destino... o lado de lá. Homens em desatino vagando sem se encontrar. A língua mais imprópria para se falar com um Deus. O domo, a palavra, a vela, os castiçais o rito , o hábito: serviçais. Purgatório, êxtase, escrituras pastores e ovelhas, rebanho, opressão, o cego segue sempre no comando, religião:a língua m

NOTICIÁRIO

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CLICK! ..... ....... ......... MÍDIA MÉDIA MEDIOCRIDADE REALIDADE DROGAS AIDS JORNAL NACIONAL CAMADA DE OZONIO MISÉRIA AMAZÔNICA AMÉM! "... eu queria era acertar a mega-sena...." NAÇÃO ELEIÇÃO CORRUPÇÃO POLUIÇÃO SEQUESTRO-COM-TORTURA-SEGUIDO-DE-MORTE EM SÃO PAULO ARREMESSO-DE-CRIANÇA-JANELA-ABAIXO NO RIO ARREMESSO-DE-CRIANÇAS-PONTE-ABAIXO NO ESPÍRITO SANTO ARRASTAMENTO-DE-CRIANÇA-BONECO-PELAS-RUAS-DO-RIO AS RUAS DO RIO.... BARBARIZAÇÃO-SODOMIZAÇÃO-ESQUARTEJAMENTO-DE-CRIANÇAS EM GOIÁS " ... deus quem quis, fazer o quê, né?" BOLSA DE VALORES CAIU 200 PONTOS BOLSA DE VALORES SUBIU 200 PONTOS DANE-SE O IRAQUE RADIOATIVIDADE NO IRÃ BOMBA NO PAQUISTÃO OBAMA CONTRA OSAMA OSAMA CONTRA OBAMA MÍSSEIS NA CORÉIA DO NORTE ESSETERNA LAMA RADIOATIVIDADE PROATIVIDADE INTERATIVIDADE PÓS-MODERNIDADE PROGRESSO CIVILIZAÇÃO ORDEM VERDADE "hoje tá ruim, meu fio, mas se deus quisé um dia vai miorá..." ......... ...... ...

Essa Estrela ( o poder do eterno feminino)

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Tua arrogância e indiferença são apenas máscaras traindo uma sensibilidade oculta como espinhos que tentam e não conseguem esconder o que há de belo numa flor Essa pele tão clara, linda espelho dos teus lábios  sensuais esses olhos furtivos e brilhantes revelam as intenções não ditas mas intensamente sentidas pelo meu sangue irracional Teu corpo me seduz, me tortura e me persegue em sonhos e uma ansiedade insana me consome em chamas como uma droga perigosa que me leva a ver abismos Te desejo e viajo em ti sem que percebas sequer a profundidade a que me lanço entre olhares e situações inusitadas o mundo inteiro parece não existir Triste  lembrar  da beleza que há no mundo sabendo na fragilidade desse instante que somente sua existência justificaria a vida

KRYPTONITA

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KRYPTONITA Alegre é triste , minha terra natal Triste como um rio sem águas Entre morros, opressiva Como são todas as mágoas Que correm caladas Na noite fria sem dentes Me aproximo e me enfraqueço Me afasto, me fortaleço E, para a contradição de ser exato, revelo: Nas lembranças somente levo Coisas boas, boas passagens Ternura, nostalgia e felicidade Para não caber no respirar Alegria de menino é bicicleta Soltar pipa o dia inteiro Banho de cachoeira até o entardecer, Não ver o dia passar Até o sol se esconder Minha terra está em mim Aos pedaços, memórias Minha kryptonita particular, Para ter sempre ao meu lado Sob o travesseiro pra quando a luz se apagar Enquanto assisto ao suicídio lento De todas as minhas forças Enquanto perco, aos poucos, O dom de voar... E, para minha surpresa vejo que a tristeza Não vem da cidade, mas de uma felicidade Da criança que ainda resiste em mim Mas está fora do seu lugar Isso é o que me enfraquece Quando es

VIVER VIVENDO

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_Às armas, soldado! _Às armas, soldado! _Às armas, soldado! A passos trôpegos pela praia, alguma força exterior jogando-o contra o vento, enquanto a água do mar massageava seus pés contra a areia grossa Espumas vagueantes e o rumo incerto daquelas passadas remetiam-no , sonâmbulo, ao breve instante que levara sua existência até ali. _Às armas, soldado! Essa voz ouvida de dentro, martelando incessantemente em seus sentidos o lema que parecia mantê-lo inteiro ainda, momentos antes de despedaçá-lo por completo em possibilidades, nas pedras batidas durante séculos pelas ondas salgadas desse mar revolto E o que era a vida , então , até ali? Realização, disciplina, contemplação ou fuga? Luta, segundo Nietzsche, essa sim uma verdadeira definição.... difícil fugir dela. Mas para ele, que não se sentia tão forte, difícil conceituar, difícil pensar em algo sólido enquanto sua própria essência se liquefazia, misturando-se às ondas salgadas e à areia, no