O domador de ventos
Tarde vento, sol a pino. o elo: a seda , a cola e um menino. entre o morro e o mundo a contemplar pipas, alinhar vidas e sustentar o vôo em suas asas translúcidas num céu seco e azul de pura ventania. enquanto pequenos curumins inexperientes na arte de planar quedavam-se na beirada do campo para apreciação, os grandes pilotos se aprontavam para seus duelos. os menores, arriscando em jerecos feitos de papel comum de página de caderno ou papel de pão. levantados ao baixo do ar com muita corrida, poeira e pouca linha improvisada de costura: fina, imperfeita, linha rompedeira. os maiores, galopando ansiosos o início do esperado mês de agosto, meninada correndo em alvoroço, torvelinho se aventando no antigo campo de aviação. no lugar já não subia nem descia avião, mas era o aeroporto natural das pipas e a casa do vento.... agosto! agosto! Tarde de agosto, pacto não escrito pela confraria do ar: agosto não tinha pelada a tarde inteira, o espaço do campinho ficava tomado por carretéis