Impostor
E foi assim que fui parar num sarau, a convite de um amigo e cronista de primeira hora, aqui da capital. Noite de plena quinta-feira, o fim de semana ainda estava apenas apontando no horizonte. Curioso com as apresentações literárias prometidas no evento. Apesar de considerar os saraus importantes fomentadores e divulgadores da boa literatura, nunca senti que tivesse muito o perfil necessário para frequentá-los. Em parte pela timidez ou total inépcia em ler meus próprios textos, e de outra mão, pra ser bem sincero, porque não consigo entender muito bem literatura falada, verbalizada, sem ter tido algum contato com o texto ou o autor, mesmo breve. Uma heresia, é claro. Admiro quem consegue, mas é um dom que me falta. Reconheço a importância, mas sou meio ortodoxo e surdo em face da palavra falada, e isso muito a contragosto. Acho que é um defeito de nascença, ou quem sabe, tenha havido algum possível passado onde um germe educacional mal plantado ou malcriado impediu que meus