O ALEPH

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  Da série: mergulhos na poesia brasileira

  Argentina  contra a hipocrisia ------- Mais uma aula de conquistas sociais importantíssimas:  Depois de eleger um social democrata presidente, afundando o neoliberalismo do antecessor -- que tantas misérias trouxe ao segundo país mais rico da América do Sul--, depois ainda de aprovar historicamente o imposto sobre grandes fortunas, criando uma poderosa referência jurídica e econômica regional, e após recentemente dar exemplo no combate à pandemia, a Argentina sai na frente de novo e humaniza uma legislação tacanha (semelhante à brasileira), ao modificá-la para aprovar a descriminalização do aborto. Indicador claro de como deve se portar um governo republicano e laico que não se deixa pautar por religiões e fundamentalismos, entidades e valores que atuam apenas na defesa de seus próprios interesses e castas. A relevância de se ter na cadeira presidencial alguém que de fato governe e represente os interesses maiores do povo e do país, e não essa besta (que odeis índios, patrocinador do

 

 

  "O Gambito da rainha": O acerto em ser minimalista, fotografia primorosa,  direção de arte e roteiro impecável. Elenco preciso, sem exageros, sem a aposta em megaestrelas. O trabalho das jovens atrizes, que já fica na história das melhores  interpretações. O mérito incrível de fazer interessante o universo hermético e tantas  vezes cinzento do xadrez, expondo por tabela a histórica rivalidade entre superpotências durante a guerra fria, EUA x UNIÃO SOVIÉTICA, mantendo o olhar crítico mas sem se tornar panfletário. A poesia de mostrar de forma colorida a relação apaixonada do povo russo com esse jogo mágico Guardem esse nome: Annya-Taylor Joy Beleza de série, uma ótima surpresa  neste fim de ano. Inteligente e de roteiro instigante, fala sobre engenharia genética e pirataria, espionagem industrial e muita ação. Trabalho fantástico da atriz Tatiana Maslany Trabalho de atores muito bom, e uma elaboração de roteiro muito foda. Consegue manter o ritmo desde o início, evitando a t

  (Anne Dorval e Antoine Olivier Pilon, no belo filme de Xavier Dolan, França/Canada 2014) ---- Da série: revendo obras- primas do cinema  Da virtuosa atuação do elenco à trilha sonora das melhores que já vi num filme, além de uma fotografia sem igual

  Oiá, dia do Santo Preto ! Lembrança boa, é festa é memória histórica Símbolo forte e necessário num país enfraquecido  Evocando seus poderes curativos  para meus cachorros outra vez  Sem querer usurpar os poderes  de São Francisco  Coitado do Santo,  você nem tem culpa , Benedito! Como acontece com frequência ao me lembrar do valoroso Cristo Minha raiva é mesmo contra uns devotos  Que, desta vez sem aviso, vieram novamente  cortar o céu com sua mácula de foguetes No primeiro ano aqui  eu nem sabia, estávamos fora e os bichos pagaram o pato  No segundo ano, as doses de calmante não foram suficientes  e tivemos que segurar no braço Hoje de madrugada, alterando  novamente a incerta data  Todos surpreendidos achando  que seria amanhã  Mas veio um dia antes Sem calmante, sem preparativos  e tudo fora de hora e lugar Apenas os estrondos anunciando  uma outra espécie de fim do mundo  Como nos outros anos  Focinhos sangrando  patas cortadas nas grades  E o pior, que nem é de carne  Ver o des

I. O que move o poeta quando desembesta  em arauto da era? Luta contra os próprios demônios ao conduzir a alma feito alvo Manejá-la como arma em praça pública Ou abarca como em sonho outros sonhos pela chance de combater o mal  O mesmo que, ao flagelar a humanidade atinge também a sua própria carne? Quem o convidou  Quem o pôs nesse cadafalso e sustenta ainda sorridente o carrasco disfarçado de pedestal? O que move o poeta quando desembesta  em arauto da era? II. Acredita no que diz, o bardo  quando professa sua fé acolhendo a voz que o atravessa ? Figura máscaras líricas que em outros tempos tocaram povos e nações? Ou o dizer, entoar, clamar é nada além de botar pra fora  o paiol instável das emoções no sangue ácido do momento Fluido que por dentro  corrói a fera? III. Lorca, Brecht, Maiakovski  O soco, o tiro O grito na noite  A marcha nas ruas  Passos demarcados Avançando contra os soldados  A proximidade do fim Ainda assim não fugir, não refugar sabendo que no mundo não haverá mais

O poder da introspecção quando tornado poesia  

Ser ético com tudo que vive  Plantas, pessoas, animais Alcançar a mente livre e tranquila  Mesmo nos turbilhões  (Cotidianos exercícios) Compreender até bem demais os processos que nos tocam  Absorver o que está à nossa volta  (perto ou longe) -- As vantagens  do tempo no aprimoramento da percepção Acalentar isso como uma espécie de segredo Sentir incessar o movimento do mundo e se encantar com a beleza de tudo  Mesmo na dor A chance de ter vivido para ver como cada um é também poeta  em suas próprias ações, afirmando ou negando o pulso É a lida na pedra, que aflige tem hora É a doença que ameaça É o medo querendo morada  O pavor de não saber viver que nos recônditos se manifesta  nos momentos de tédio e silêncio mesmo quando grita coragem  Ora, todos sabemos viver, no fundo E somos corajosos também Mas é preciso saúde e alguma paz E Força para continuar navegando Sem achar que o mundo nos deve  qualquer favor em particular E  não ter que carregar qualquer dívida imaginária  mesmo que

  Entre o tosco e o apurado percepções possíveis Ambos potências de transformação Entre o clássico e o inusual A rotina O lugar onde estamos inseridos Ocidente, cultura, capitalismo  Sistema econômico indutor de escravidão Mutilador da natureza  A ambiguidade No conforto de ser escravo porque portador de uma visão (moral, filosófica, existencial) tacanha a qual não se consegue ou não se deseja superar Palavras-de-gume  que versam na luta contra  essa contradição Palavras-candeeiro que ainda teimam em querer-ser luz Quando tudo o mais é sombra

YouTube, excelente live veiculada por"Mídia Ninja" , mercando comemorações da "Semana Chico Mendes", dez /2020

https://cultura.uol.com.br/noticias/15011_quanto-mais-a-gente-le-a-biblia-mais-ateu-a-gente-e-diz-fabio-porchat-no-roda-viva.html Porchat no Roda Viva (uma das melhores entrevistas do ano)  

  Bonito lançamento da Alfaguara em 2020. Ainda que não constando o magistral conto "Gato na chuva", de Hemingway, um dos melhores contos já escritos, a reunião de textos ficou muito boa.

 

Poeta maravilhoso e essencial  Um Drummond pós-moderno  Com asas de Ícaro desafiando o céu ---' Ótima seleção de textos e um ensaio de Heloisa Buarque que deve estar entre as coisas mais bonitas que li  

Falar sobre o nada e ainda ter tanto a dizer é para poucos. A prosa elegante e desprovida de adornos  em suas descrições dos ambientes  mais simples e situações cotidianas, desde o hábito da xícara quente de café com torradas de pão integral e azeite no canto do barzinho sistematicamente  eleito, a uma coletânea de memórias volitivas vivenciadas em contextos, tempos e países diversos mundofora. O traço melancólico que tão bem cabe às introspecções, e cuja fluidez encanta.  Textos em formato de pequenos contos ou crônicas contemporâneas acerca  dos espaços humanos de habitação e desterro, (como boa leitora da literatura Beat e representante menos dos cânones e mais do circuito alternativo de cultura durante uma vida, escrita que carrega no peito a ansiedade dos espaços fechados) sobre influências literárias,  musicais, existenciais enfim, que prefere marcar--como  na veia de uma rabiscadora de palavras madura quanto a seu propósito-- o caminho percorrido  mais exatamente por sua rara e

  Beleza de trabalho da poeta Aline Prúcoli ---- Há infinitas perspectivas possíveis para o corpo  Espirituais, materialistas Biológicas, econômicas  Lúdicas  Trágicas, românticas, líricas Oníricas          Delirantes  Contudo a língua de Eros é a que melhor o absorve